Guias de Viagem e Arte

 
 
set 11 2007

Felicidade por um tubo e um Ezequiel no meio do caminho – A Saga do Caminho 26

Portomarín – Melide: 42,57 Km
Em Galícia nada pode te entediar porque a cada 2 ou 3 quilômetros aparece um povoado, um bar ou uma paisagem diferente. É a melhor região para quem não se preparou nada, mas tem um sonho de fazer uma parte do Caminho de Santiago. Primeiro, você estará no máximo a 150 Km do teu objetivo; segundo, a cada 5 ou 10 Km você encontra um albergue, assim pode caminhar poucos quilômetros por dia e terceiro, é obrigatório caminhar os últimos 100 Km para conseguir a Compostelana, que é o documento que se outorga àqueles que chegam a Santiago de Compostela. Agora se você resolver fazer o caminho em cavalo ou bicicleta aumenta-se esta distância a ser percorrida: 200 quilômetros.

Saímos de Portomarín já meio cansados e querendo terminar o caminho, porque nesta etapa havia gente saindo por todos os lados, porque fizemos o caminho em agosto, que é o auge das férias européias. Se você pode evitar este mês, evite-o!

A neblina estava na saída, mas um par de horas depois o sol já judiava. Paramos em um local que eu havia parado na primeira vez que vim ao caminho: A Fonte do Peregrino (fiz os últimos 120 Km de Sarria a Santiago de Compostela, na primeira vez – 2002). Nesta Fonte eles te dão um salmo do peregrino, oferecem café, são voluntários que estão ali para te ajudar, para te dar força nesta fase final.

Após passar por diversos povoados, chegamos a Melide. Existe uma parada obrigatória nesta cidade, o Bar do Ezequiel. Todo mundo conhece porque é um dos “pulpos” mais famosos de toda a Galícia. É um bar com mesas largas, você divide a mesa com outras pessoas, é super familiar. O must é o pulpo, mas eles servem umas costelas de porco suculentas. Peça o pulpo e fique vendo o mar de pessoas que entram e saem, e também pode ver como eles preparam o pulpo.
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O caminho também é uma viagem gastronômica, e como isto de sofrimento já está fora de moda, nada melhor que alimentar o espírito e o corpo. A vida não combina com tristeza, assim deixemos de lado o “sofrimento católico” e resgatemos a verdade dos ensinamentos cristãos: nascemos para a felicidade, o estranho é que não sejamos plenamente felizes, e não o contrário como muitas vezes nos fizeram pensar!!!
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fotos: turomaquia_2006