Guias de Viagem e Arte

 
 
maio 21 2007

Que diazinho do caramba! (A Saga do Caminho 22)

Molinaseca – Cacabelos: 29,4 Km
Tudo começou muito bem. Uma noite genial na cabana, e por fim um pouco de intimidade depois de dias compartilhando quarto com dezenas de pessoas. Mas nem sempre as coisas são o que parecem (hehehehehehe).

O caminho para Ponferrada era bem fácil, cerca de oito quilômetros até este antigo castro romano, que também foi sede dos templários. Ok, vamos recapitular, um castro é um antigo povoado fortificado, e põe antigo nisso, foram encontrados restos de castros do século VI a.C.. Estes castros normalmente estavam em locais natualmente protegidos, ou perto de fontes, terrenos de cultivo ou zonas altas de pastoreio. No norte da Espanha se encontram muitas ruínas de castros.

Agora outro papo são os templários, uma ordem medieval com carácter religioso e militar, que hoje em dia está bem famosa depois do retumbante sucesso do “Código Da Vinci”. Esta ordem foi fundada depois da primeira cruzada, em 1.188 por nove cavaleiros franceses e flamencos que estavam em Jerusalém. Suas mais fortes marcas aparecem em Itália, Espanha e Portugal e alberga a origem da maçonaria.
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Em Ponferrada, nossa primeira parada, os templários construiram uma fortaleza em cima de um antigo castro romano. Eles chegaram nesta cidade em 1.178 para proteger o Caminho de Santiago. A fortaleza foi abandonada pelos templários, e ampliada para um castelo. Atualmente, a cidade está reconstruído este castelo. Vale a pena a visita, para ver os espaços e a forma de construção.

Durante nossa visita ao castelo, o tempo já começou a mostrar que não estava prá peixe, ou melhor, até que estava, porque começaram a cair uns pinguinhos … E a chuva começou a engrossar, e percebemos nesta cidade que o cartão do banco do Tom tinha algum problema. Fomos a uma agência do banco e descobrimos que em uma das vezes que ele utilizou o cartão em um caixa eletrônico, alguém tentou duplicá-lo e o sistema identificou a operação e cancelou automaticamente o cartão. Os “malas” não conseguiram sacar nada, mas nos deram um susto enorme. Perdemos cerca de uma hora e meia no banco, e a chuva seguia.

Resolvemos encarar a chuva, mas de repente, mais que de repente, me entrou uma ziguezera tremenda, simplesmente um esgotamento total. Entramos em uma lanchonete, mas eu não queria nada, somente descansar … Foi uma crise bem feia, oh! Senhor! Santo Antoninho!!! Hehehehehehe

Quando já estava melhor, pegamos estrada, mas praticamente durante todo o dia, a chuva ia e voltava. Assim, tivemos que abandonar certos planos de chegar até Villafranca del Bierzo, e paramos depois de muitos vinhedos em Cacabelos.
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Em Cacabelos, o albergue da igreja está ao final da cidade, mas é muito bom e merece a caminhada. A cidade está no meio de vinhedos impressionantes e o lugar tem um maior nível de vida, e portanto os preços são um pouco mais caros.
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Neste dia, jantamos em um restaurante relativamente caro para o que vinhamos gastando, mas a comida era bastante farta e diversificada. Resultado: Patricinha passou mal. Assim peregrino, não dá prá exagerar, porque eu paguei este jantar por 48 horas!!!


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fotos: turomaquia_2006