Guias de Viagem e Arte

 
 
abr 13 2012

Como é o City-tour em Cusco: da Catedral ao incrível Saqsaywaman




Quando escutei city-tour, torci a boca. Pensei no típico: entra em um ônibus, mofa sentado, e um guia totalmente descompromissado começa a largar um discurso pré-pronto e hiper decorado. Sei que é um preconceito absurdo, porque nem todo city-tour é uma enganação, e nem todos os guias são robozinhos pré-programados. Enfim, este foi um momento “abre coração”.

Pensei até em desistir, mas como quem está na chuva é para se molhar, e aquele dia, a chuva ia e vinha, achei que era mais vantajoso mofar dentro de um veículo, do que sozinha na rua.

O motorista me pegou no hotel, ele mesmo, porque as ruelas de San Blás impediam que o ônibus se aproximasse mais. Começamos o tour pela catedral. O guia afirmou que a de Cusco, foi a primeira catedral construída em toda América do Sul. A primeira pedra se colocou em 1723, sobre um antigo cemitério da época colonial. Sua função principal era – local de celebração de casamentos, tanto que foi consagrada a quem? À Sagrada Família!
Como é o City-tour em CuscoA construção demorou 24 anos, e como os indígenas foram os operários, a influência é clara. Como na inclusão de espelhos, que estavam proibidos pelo Vaticano. Já que representam a vaidade. Mas para os indígenas, os espelhos afugentavam os espíritos.

Depois fomos caminhando até o templo mais importante dos incas – Qorikancha. Dedicado ao Sol.
Como é o City-tour em Cusco
Como é o City-tour em Cusco

Quando chegaram os dominicos, construíram sua igreja e convento sobre o templo. Mas o que se vê durante a visita não é da época da chegada da ordem religiosa. Porque em 1650, Cusco sofreu um terremoto potente e praticamente veio abaixo, e outro em 1950. O único que se restaurou com mais fidelidade foi o Campanário. Só que o mais forte disto tudo, é que Cusco veio abaixo, mas as paredes incas sobre as quais se construiram o convento, não se caíram. Os caras sabiam muito mais de engenharia e construção do que poderiam imaginar os conquistadores.
Como é o City-tour em Cusco
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Agora de ônibus, saímos do centro e fomos até Saqsaywaman. Depois de tudo que tinha visto, lembrem que já havia ido a Machu Picchu e feito o tour do Valle Sagrado, mesmo assim outra vez fiquei de boca aberta com a engenharia inca. Aliás, da próxima vez quero subir por conta própria a este lugar e passar ao menos 3 horas por lá!
Saqsaywaman - Cusco - Peru
Saqsaywaman - Cusco - Peru

Saqsaywaman (também vi com esta grafia – Sacsayhuaman ) era uma cidadela onde vivia a elite inca. O alto poder administrativo e político vivia por estas bandas. Haviam casas, palácios e templos.
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A cidadela levou 60 anos para ficar pronta, a partir de 1453. Vinte mil pessoas trabalharam nesta empreitada. Seu nome significa “falcão satisfeito”, mas há cronistas que dizem que teria tido outro nome que significaria “colina muito antiga”.
Saqsaywaman - Cusco - Peru Saqsaywaman - Cusco - Peru

O que me pareceu mais sensacional de Saqs é o que não se vê. Na parte plana, há paredes de 400 metros de comprimento. Imagina o peso, e como é um lugar de terremoto, imaginem além do peso, uma onda sísmica. O que os incas fizeram? As paredes continuam dois metros para baixo do solo, e no final colocaram esferas de pedra. Para quê? Estas esferas se movem junto com a onda, impedindo que as paredes se rachem. Além disso, entre pedra e pedra (na construção como um todo) deixam espaços, que amortecem o impacto da onda e diminuem a pressão. É ou não é genial?! Estas esferas apenas foram utilizadas aqui, nem sequer em Machu Picchu.
Saqsaywaman - Cusco - Peru

O tempinho piorando, mas nada de desistir, de Saqs fomos para Tambomachay. Onde se veem diversas fontes de água, que estavam relacionadas com a religião inca. Sem contar, as árvores loucas, ou melhor seus caules que parecem estar descascando.
Tambomachay
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E para terminar, Qenqo, um misterioso santuário andino, também relacionado com a água. Para eles, a água era um bem precioso. Para que houvesse abundância realizavam certos rituais. Ramos Gavilán, diz em 1621, que em Qenqo “costumavam colocar sobre pequenas concavidades da pedra, um ídolos em formato de sapos … acreditando que com esta cerimônia alcançariam a água que tanto desejavam”.

Já era noite quando retornei ao hotel, estava acabadinha, mas ainda mais (se era possível) impressionada com esta cultura, que ao fim e a cabo chamamos de inca, mas que na verdade é o resultado de muita miscigenação e conhecimento.

Importante: para este tour precisarão do Boleto turístico de Cusco, e ainda terão que comprar entradas para a Catedral e para Qorikancha, que não formam parte do boleto.

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fotos: turomaquia_2011

Postado por Patricia de Camargo | Marcadores: