Bilbao é muito mais do que o Guggenheim – La Alhondiga

Bilbao surpreende pela mistura surreal do antigo com o moderno quase beirando o modernoso. São fachadas de cristal que parecem que estão a ponto de explodir, jogos de cores em sacadas e ao mesmo tempo um cuidado com o passado que impressiona. Mas não raia a obsessão, já que vai sempre de mãos dadas com este caráter prático dos vascos.

Este binômio ser bonito com ser prático é uma boa definição do edifício que íamos visitar, eu e o Tom. Tudo começa numa praça lúdica povoada com abajures e espelhos enormes que se encontra em frente ao complexo. Me sinto dentro do filme “Alice no País das Maravilhas”.

Com a excitação a mil, damos uma boa olhada naquele edifício de tijolinhos avermelhados construído entre 1905 e 1909 por Ricardo Bastida, que nada mais era que um armazém de vinhos, azeites e licores. Abandonado em 1970 após o traslado do armazém, e recente recuperado por uma das estrelas do desenho do nosso século, Philippe Starck.

O legal desta história toda é que o “bicho” não é só bonito, tem uma função, ou melhor, várias funções. La Alhondiga é um centro cultural “lato sensu”, porque aqui não se cuida só da mente e da alma, mas também do corpo. Há quase dois andares inteiros dedicados ao cultivo do corpo, uma coisa bem Grécia Antiga, não acha? Conta até com uma piscina super fotogênica com partes do fundo de vidro!

A obra de remodelação e o edifício em si são tão espetaculares que existem até visitas guiadas. Mas vale a pena entrar, nem que seja para ver o térreo da Alhondiga e suas 43 colunas geniais. A idéia foi do Philippe, a execução foi coordenada por um cenógrafo italiano, Lorenzo Baraldi.

A entrada é gratuita, como também para muitas das exposições de arte. Nós passamos umas 3 horas por aqui, até almoçamos um menu delicioso por 13€, com prato principal, sobremesa e bebida na Cafeteria Hola que fica no térreo. Mas há outras opções, como o Restaurante Yandiola com menus degustação a partir de 39€, e no último andar, uma terraza para tomar um drink com vistas à cidade.

E aí, me conta, você ainda continua pensando que Bilbao só vale a pena pelo Guggenheim? 😉

* Alhóndiga no Dicionário da Real Academia Espanhola – Casa pública destinada para la compra y venta del trigo. En algunos pueblos sirve también para el depósito y para la compra y venta de otros granos, comestibles o mercaderías que no devengan impuestos o arbitrios de ninguna clase mientras no se vendan.

Planejando sua viagem para a Espanha

fotos: turomaquia_2011 e fotos de divulgação (piscina)