Trekking e desafios em El Hierro
Em uma paisagem de extremos foi meu batizado aventureiro. Pela primeira vez viajava sem saber o que iria fazer ou onde iria dormir. O Tom era o responsável da viagem. Estávamos namorando há escassos dois meses, e não queria dar o braço a torcer diante de nenhum desafio. Nem podia, era o começo de um relacionamento, aqueles tempos em que só há sorrisos e ternura. Onde um mostra sua melhor cara e todas suas qualidades, até aquelas que nem sabia que tinha. No meu caso foi este espírito de aventura e esportista.

Já no primeiro dia, sem descanso empreendemos o primeiro trekking. Deixamos o carro em Sabinosa. Começamos a subir, alcançando quase os 1.000 metros de altitude depois de uns 2 Km de caminho. Neste ponto, diante de um cruzamento, fomos em direção ao Mirante de Bascos, para passar pelas famosas sabinas. Um vento danado, nada de brisa, vento forte. Quando estávamos bem próximos das sabinas, somos atacados. Exagero? Nada disso! O vento levantava as pequenas pedras do caminho e elas viam todas em nossa direção. Começamos a correr e voltar sobre nossos próprios passos. Ríamos muito, porque era surreal. Voltamos ao carro, sem ver viva alma.
No dia seguinte o Tom me leva até um lindo mirante, o de Isora. Nossa que visual deslumbrante! Lá, mais lá embaixo mesmo a praia com umas rochas vulcânicas no mar. Começamos a descer por um caminho de pedra todo bonitinho. De repente, aquele caminho todo sinalizado dá lugar à terra. Chegamos a uma parte que parece já não levar a lugar nenhum. Eu sorrio aliviada, ufa, acabou! Vamos voltar! Naquele crucial momento sou informada que vamos chegar até a praia, e que além disso teremos que retornar pelo mesmo caminho. Subir toda a montanha! Entre um sorriso nervoso e vontade de chorar, continuo determinada em ser a namorada perfeita.
Umas pedras em cima das outras, os “mojones”, vão sinalizando o caminho que devemos percorrer até chegar à praia. Lugar em que comemos nossos sanduíches. Enquanto mastigamos olho aquela montanha enorme, chamada Abra, e peço um milagre, que ela realmente se abra, saia uma língua enorme que me leve até a cume sem esforço. Claro que nada acontece, e tenho que subir tudo aquilo com as minhas próprias perninhas. Com o agravante que começava a escurecer e sem lanterna tínhamos que subir o mais rápido possível. Quando alcançamos o mirante, tenho a sensação que não estou no meu corpo, será que morri e nem percebi?! Estou viva, mais extremamente leve. Sensação de domínio total, claro que quem olhava minha cara pensava que ia desmaiar naquele exato instante. Eu ria com as forças que me restavam e dentro de mim só um pensamento: “Eu posso!”. Chavão ou não, pouco importava, porque afinal era exatamente assim que me sentia, como uma garota super poderosa.
Descanso antes da subida
Cara ao final da caminhada
Video ao final da caminhada
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