Murillo – os anjos mais lindos do barroco espanhol
Todo mundo adora os anjos de Rafael. Eu também! Agora devo fazer alusão ao produto nacional espanhol – Murillo – que foi um pintor barroco brilhante. Só não teve maior projeção porque foi contemporâneo ao gênio de Velázquez.
O Museu do Prado possui diversas telas de Bartolomé Esteban Murillo. O artista nasceu em Sevilha, tal qual Velázquez, em 1617 e faleceu na mesma cidade em 1682.
O que mais me fascina em sua obra, são além dos anjos, suas virgens, que bebem da mesma doçura das virgens de Botticelli. Mas se no renascentista, as virgens eram super sensuais, no sevilhano imerso em uma inquisição das mais fortes da Europa, as virgens são mais virgens, se é que você me entende 😉
Alguns anjos de Murillo para atiçar as “lombrigas” estéticas!
“As Bodas de Canaã” – Murillo x Veronese
Para entender as diferenças entre dois movimentos artísticos é legal confrontar uma obra de cada um que tratem do mesmo tema. O maior quadro do Louvre foi pintado pelo veneziano Veronese, pertencente a um movimento chamado maneirismo, que aconteceu mais ou menos entre o renascimento e o barroco. Este quadro enorme mostra o seguinte episódio bíblico: Cristo durante um casamento convertendo a água em vinho, que nada mais é do que uma metáfora daquela parte da missa chamada de Eucaristia.
O quadro de Veronese é de 1.563; já a versão do mesmo fato do nosso pintor barroco, Murillo é de 1.670/1.675. Perceba a diferença das cores e na forma de estruturar o quadro, ou seja, na composição. No quadro de Veronese tudo é simétrico e Jesus se encontra no centro da cena; já no de Murillo, Cristo está mais à esquerda e de lado ao espectador, aqui se abandona qualquer ideia de simetria.
O quadro de Veronese era um dos favoritos de um dos grandes pintores impressionistas, descubra seu nome, assistindo a este vídeo da Web Série “Viajando no Impressionismo”.