Guias de Viagem e Arte

 
 
fev 27 2016

Guia de Visita Barnes Foundation – Museu na Filadélfia

Guia de Visita Barnes Foundation – Sobre

Antes de mais nada, para ser justa devo dizer que o acervo da Barnes Foundation é daqueles que merece a visita. Também que é fascinante a história do homem que iniciou a coleção, o Sr. Albert Coombs Barnes (1872 – 1951), um químico pobre que se fez a base de muito trabalho e de um remédio que ele criou – o Argyrol. Ele tinha esta inquietude dos grandes homens e mulheres, que não te permite dormir sobre os laureis, então quando já era milionário começou a comprar arte, e naquela época era arte moderna, ele comenta em suas memórias que levou 6 meses para começar a gostar das suas primeiras aquisições 😉

Sabia que devia aprender sobre arte para apreciar o que comprava e comprar melhor, portanto voltou para a escola para estudar arte e foi assessorada por ninguém menos que John Dewey, grande filósofo da educação que escreveu: “A arte como experiência”. Seus estudos, esta amizade e seu empenho lhe levaram a ser o dono de 181 Renoirs, 69 Cézannes, 59 Matisses, 46 Picassos, 16 Modigli­anis e 7 Van Goghs, já fechou a boca?! kkkkkkk

Ele estudou filosofia, psicologia e arte e começou a colocar as telas de forma que se relacionassem entre elas, numa forma bem diferente daquela que estamos acostumados a ver (atualmente) na maioria dos museus, e a maioria das disposições criadas por Barnes foram mantidas até hoje.
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Minha experiência na Barnes Foundation

Apesar de tudo que já contei prá vocês, sai correndo do museu, tentando manter minha ansiedade e claustrofobia controladas. Quando você entra no museu deve descer e deixar sua bolsa de qualquer tamanho no depósito de bagagens, onde eles lhe darão uma pequena necessaire transparente para levar o que considerar necessário, mas não pode incluir no necessário máquina fotográfica e líquidos, até aí ok.

A vigilância nas salas é ostensiva, qualquer meio passo em falso e alguém literalmente salta! Sempre levo uma caderneta para apontar as obras que mais gosto, o que as obras me provocaram e detalhes curiosos de composição, gesto do artista, cor, etc. Estou lá fazendo minhas anotações quando para um dos vigilantes e me diz que não posso usar caneta nas salas, e me dá um lápis mal apontado para continuar com minhas notas. Começo a ficar mega nervosa porque era difícil escrever com o tal do lápis, juro que estava sofrendo, porque queria escrever e escrever e o dito dificultava tudo, e tinha que ir muito mais lenta que meu pensamento, para mim foi uma espécie de tortura.

Eu ali sofrendo e vem uma outra vigilante e me pergunta se estou desenhando, quase respondi: “Quem me dera!”, mas simplesmente disse não, ao que ela emendou tenho que certificar que está dizendo a verdade e pediu para olhar minhas notas?! Gente, o que é isso, o prédio da Reserva Federal?!

Depois disso perdi o tesão, apenas fiz um un passant no que me faltava e sai pitando, porque realmente me sentia mal, vigilada e tratada como uma marginal.
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Como chegar, quando ir e quanto custa visitar a Barnes Foundation

O PHLASH tem uma parada frente ao museu. Para quem estiver hospedado junto à região da Prefeitura, dá para ir caminhando pela deliciosa e fotogênica Benjamin Franklin Parkway. Os seguintes ônibus tem parada na museu: 7, 32, 33, 38 e 48.

Abre segunda e de quarta-feira a domingo das 10:00 às 17:00 horas. Em algumas sextas-feiras do mês (e sempre na primeira) o museu fica aberto até às 21:00 horas.

A entrada ao museu inclui o audio-guia:
Adulto – U$ 22 (U$ 25 – sábado e domingo)
Maiores de 65 anos – U$ 20 (U$ 23 – sábado e domingo)
Estudantes – U$ 10,00 (gratuita de segunda a sexta-feira)
Jovens de 6 a 18 anos – U$ 10
Crianças de 5 anos e menores – gratuita

* Entrada gratuita com o Philadelphia Pass.

O que você não devia perder na Barnes Foundation

1o. andar da Barnes Foundation

Sala 1:
– “The Card Players”, de Cézanne, é uma das grandes obras-primas de Cézanne, que na verdade forma parte de uma série de 4 quadros sobre esta temática. Este quadro é bem maior do que eu esperava.

– “Models”, de Seurat. Este quadro é genial porque mostra outra obra de Seurat, aliás uma de suas mais famosas – “Um domingo na Grande Jatte”. Esta tela traz em si um debate sobre a impressão digital que se desenvolvia nesta época, bem como a evolução científica onde se buscava a menor partícula do corpo humano.
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– Nesta mesma sala verão um enorme painel de Matisse – The Dance”, que o artista pintou quando veio visitar a Barnes, para esta obra desenvolveu sua técnica do recorte do papel para criar as figuras, uma espécie de estêncil gigante. Na verdade ele iniciou este painel aqui, mas daí teve um problema com suas dimensões e teve que começar tudo de novo, neste segundo momento desenvolveu a obra fora daqui e retornou para supervisionar sua colocação.

– “The Large Bathers (Les Grandes Baigneuses)”, de Cézanne, o retorno da temática dos banhistas, aliás aqui mesmo na Barnes você verá outros quadros em que Cézanne retorna a esta temática.
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Sala 2:
– “The Postman (Joseph-Étienne Roulin)”, de Van Gogh. Este retrato é genial, mostra Roulin, um trabalhador do correio com quem Van Gogh travou uma grande amizade. O artista fez outros retratos dele, bem como de sua família.

– “Madame Cézanne”, de Cézanne, o Museu de Arte da Filadélfia abriga vários retratos da esposa de Cézanne, pois bem este foi um tema que ele retornou várias vezes durante sua vida, realizou exatamente 29 retratos de Hortense Fiquet.
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Sala 6:
– “Portrait of a woman”, de Cézanne, preste atenção no detalhe de como deixa a boca, algo recorrente em seus retratos, como parte dos lábios parece quase desfeito. Como na “madame Cézanne” que você acabou de ver na sala 2.

Sala 7:
– “Before the Bath”, de Renoir, esta obra já se converteu em um dos meus Renois favoritos, é mais real e sincero que a maioria dos seus quadros (na minha opinião), o que lhe faz muito mais moderno! Na época foi um escândalo, não pela nudez, mas pelos pelos nas axilas \o/
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Sala 8:
– “Houses and Figure – Chaumes en soleil”, de Van Gogh. É pequeno com um céu cor de rosa de uma grande poesia, um rosa difícil de ver em outras pinturas, tanto de outros artistas como do próprio Van Gogh.

– “Bathers at Rest (Baigneurs au repos)”, de Cézanne. Chegue o mais perto possível para ver a grande quantidade de tinta que o artista usou, e suas sombras de cor que de certa forma lhe aproximam dos impressionistas. Estou falando da sombra em forma de triângulo verde sob a grama.
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Sala 9:
– “The Flowered Vase (Le Vase Fleuri)”, de Cézanne. O motivo como desculpa para pintar 😉

– “The Studio Boat (Le Bateau-atelier)”, de Monet. O pintor sempre foi o impressionista mais puro. Para ele, a luz era o mais importante sempre. Para captar os reflexos desta luz n´água construiu estúdios-barco para pintar. Neste quadro o barco do artista se encontra no Rio Sena. Nesta obra, já influenciado pelas gravuras japonesas, não coloca o barco no centro da pintura.

Curiosidade: Monet se pinta dentro do barco, criando uma espécie de autorretrato.

– “Sailor Boy (Portrait of Robert Nunès)”, de Renoir. Definitivamente aqui se encontram Renoirs incríveis. A maioria dos impressionistas realizava suas pinturas diretamente na natureza para captar a luz. Mas neste caso é difícil que Renoir tenha pintado este quadro ao ar livre. Primeiro pelo tamanho da tela e pela forma que decide pintar o menino no estilo do século 17, quando as crianças posavam com objetos de adultos e com uma postura altiva.
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Sala 10:
– Passe por ela sim ou sim, verá o primeiro Picasso (“Young Woman Holding a Cigarette – Jeune femme tenant une cigarette”) que Barnes comprou e um Modigliani super sensual: “Redheaded Girl in Evening Dress (Jeune fille rousse en robe de soir)“.

O quadro de Picasso pertence a sua fase azul. Quando vivia em umas condiçoes nada agradáveis em Paris e havia acabado de perder seu grande amigo Carlos Casagemas. Ele se suicidou por um amor não correspondido.

Sala 11:
– “Girl with a Polka-Dot Blouse (Jeune fille au corsage à pois)”, de Modigliani, quadro lindoooooo, para ser feliz por alguns minutos é só ficar ali olhando aquela menina!

– “Blue Still Life (Nature morte bleue)”, de Matisse. É um quadro vibrante, o olhar vai de uma cor à outra. Repare também no violento contraste do fundo da direita com o da esquerda!
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Sala 13:
– “Reclining Nude (Femme nue étendue sur un lit)”, de Van Gogh. Um nú bem diferente e com a tela redonda, Van Gogh tinha bastante dificuldade em pagar suas modelos, lembre que praticamente não conseguiu vender nenhuma tela em vida 🙁

– “On the Grass (Jeunes femmes assises dans l’herbe)”, outro Renoir incrível.

Suba para o segundo andar da Barnes Foundation …

Vai encontrar de cara com um Picasso pintado sobre um tapete. E outro Matisse de chorar de tão bom – “Le Bonheur de vivre, also called The Joy of Life”, que dizem ter inspirado Picasso a pintar “Les Demoiselles de Avignon” (que se encontra no MOMA).

Este quadro de Matisse é conhecido como um manifesto a favor da felicidade 🙂

Sala 19:
– 3 Matisses gigantescos em formato de 3 painéis impressionantes: “Three Sisters and “The Rose Marble Table” (Les Trois sœurs à “La Table de marbre rose”)”; “Three Sisters with an African Sculpture (Les Trois sœurs à la sculpture africaine)” e “Three Sisters with Grey Background (Les Trois sœurs sur fond gris)”.
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– Outro Matisse genial nesta mesma sala: “The Music Lesson”. Seu filho que aparece fumando, naquele momento estava sendo recrutado para a guerra. No piano se encontram outros dois filhos do pintor. Já sua esposa resignada com o que está por vir, encontra-se do lado de fora. Alguns estudiosos creem que o artista estaria representado em um dos objetos que mais amava. Por exemplo, o violino que se encontra sobre o piano.

Sala 22:
– “”A Montrouge”– Rosa La Rouge”, uma pintura não tão conhecida de Toulouse-Lautrec e que não carrega a estética dos cabarets. Por isso é ainda mais surpreendente. Traz uma prostituta que foi retratada várias vezes pelo pintor, Rosa. Toulouse devido a lesões mal curadas dado seu problema genético. Ocasionado pelo fato que seus pais eram primos (era uma prática familiar casar-se entre si para não deixar o dinheiro diluir-se), foi renegado por seu pai. Ele  encontrou refúgio no mundo dos cabarets de Paris entre prostitutas, cantoras e bailarinas.
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Sala 23:
Mais um grande Matisse: “The Venetian Blinds (Les Persiennes)”.

Que serviços oferece a Barnes Foundation?

– Serviço de audio-guia incluido com a entrada.

– 2 opções de locais para comer: Garden Restaurant e The Coffee Bar, para ver o menu do primeiro clique aqui.

– Não permitem fotografias e nem que se entre nas galerias com bolsas e/ou mochilas de qualquer tamanho. O serviço de guarda-bagagem é gratuito.

– Para ver os tours que oferecem diariamente, clique aqui.

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Imagens: Site da Barnes Foundation e Folheto do museu

Postado por Patricia de Camargo | Marcadores: