Roteiro de carro pela Europa e pela Ásia #roadtripEuropaAsia
Índice
Roteiro de carro pela Europa e pela Ásia – A chegada a Ásia
31/07 – 02/08 – ESTAMBUL
Estivemos 11 dias na Turquia, e sem lugar a dúvida e de alguns “apesar de”, é um país maravilhoso. Ficamos em Istambul de 31 de julho a 2 de agosto. É uma cidade enorme (a maior da Turquia e a terceira mais populosa da Europa).
Na época dos Impérios Romano e Bizantino se chamava Constantinopla.
Istambul
Istambul é caótica em todos os sentidos, no começo um se sente até meio zonzo, mas logo se pega o ritmo da cidade. Algo comum por lá e que não curto, é que a todo momento estão te oferecendo algo, o que pode ser bastante incômodo em determinados momentos. E na hora de comprar, como vocês podem imaginar, é necessário pechinchar, pechinchar e pechinchar … e isto também é cansativo. Mas conseguimos fechar uns bons negócios 🙂
As mulheres do nosso grupo não tiveram nenhum problema com o fato de não levar véus ou lenços na cabeça. Apenas tivemos que colocá-los nas mesquitas. Na entrada nos facilitavam lenços ou uma espécie de vestidos, que devolvíamos à saída. Tampouco me senti observada nas ruas, bem diferente do que passa em Marrocos, onde os homens sempre estão te olhando.
Voltando ao tema do trânsito, que é do mais desordenado \o/ Os motoristas vão sem capacete, os carros não param nas faixas de pedestres, ou seja, uma loucura, mas que a gente se adapta com o passar dos dias.
Istambul: dirigir ou não dirigir por lá?
Ficamos em um apartamento estupendo próximo à Mesquita Azul. E com o trânsito louco achamos melhor deixar o carro no único estacionamento da cidade e nos locomovemos com o bonde.
Conhecemos a capital de uma forma bem tranquila, através de longas caminhadas e muitas paradas 😉 Estivemos em muitíssimas mesquitas, entre elas: Azul, Santa Sofia, Sulemiman e a de Sokullu Mehmet Pasha. Também visitamos a Cisterna de Yerebatan, o Hipódromo Romano, o Gran Bazar e fizemos o passeio de barco pelo Bósforo (linha divisória natural entre Europa e Ásia) onde desfrutamos de um entardecer de escândalo, vislumbrando monumentos belíssimos como a Torre Gálata, as Mesquitas de Semsi Ahmet Pasha e Dolmabahçe, e o Palácio Dolmabahce. Tampouco deixamos de passear pela Praça Taksin ou a Ponte de Atatusk (a quarta mais longa de Europa).
A Turquia Interior
02-3/08 – ANKARA – CAPADÓCIA
No dia 2 de agosto saímos de Istambul em direção à Ankara. Na metade do caminho um pneu furou, mas por sorte estávamos próximos a um posto de gasolina!
Paramos e começou toda uma aventura, já que ali ninguém falava inglês para o desespero do Saddam. Eu e minha sogra começamos a fazer mímicas, e inclusive utilizamos um carrinho de brinquedo para ver se nos entendiam e deu certo 🙂 Chegamos são e salvos pela noite em Ankara.
No dia seguinte (03/08) conhecemos o Mausoleu de Atatürk, em Ankara. De onde se tem uma vista privilegiada da cidade. Depois desta visita rápida, voltamos à estrada rumo à Capadócia. Fizemos uma pequena parada no Lago Salgado.
Curiosidades Turquia: Existem muitos cachorros e gatos nas ruas, mas todos bem cuidados. Perguntei a um turco se havia algum motivo que fazia com que as pessoas cuidassem destes animais, e me respondeu que o fato que vivam nas ruas, faz com que sejam responsabilidade de todos.
Na Turquia os monumentos fecham cedo, não vendem alcool nas proximidades das mesquitas, e de maneira geral os banheiros são bastante sujos e com latrinas “a moda antiga” 😉
Capadócia
03-05/08 – CAPADÓCIA
No entardecer do dia 3 de agosto chegamos a Göreme, onde ficamos por 2 dias. Uma região milenária de antiquíssima história e refúgio dos primeiros cristãos. Nosso hotel era alucinante, nossas habitações eram cavernas! Incrível como a temperatura se conserva estável dentro das cavernas, enquanto lá fora fazia 40 graus, dentro desfrutávamos de 18/20 graus 🙂
03-05/08 – CAPADÓCIA
No entardecer do dia 3 de agosto chegamos a Göreme, onde ficamos por 2 dias. Uma região milenária de antiquíssima história e refúgio dos primeiros cristãos. Nosso hotel era alucinante, nossas habitações eram cavernas! Incrível como a temperatura se conserva estável dentro das cavernas, enquanto lá fora fazia 40 graus, dentro desfrutávamos de 18/20 graus 🙂
O passeio de balão na Capadócia
O dia 4 de agosto começou com uma fascinante rota pela Capadócia. Acordamos às 4 da manhã para o passeio de balão e confesso que foi a coisa mais incrível que já fiz na minha! Foi algo indescritível, fascinante, emocionante, esplêndido!
Desde o céu apreciamos e acedemos a ver coisas que seriam quase impossíveis de outra forma. As fotos não são capazes de traduzir tamanha beleza. Tive a sensação de ser uma pena e levitar. Contemplamos uma paisagem lindíssima, as chaminés das fadas, as hortas, os vinhedos, as formações rochosas tão singulares, escabrosas paredes e obstáculos; impressionantes vales, as cidades de pedra … simplesmente fantástico!
Na esplanada haviam como 100 balões que coloriam o céu, foi uma destas experiências surreais. Ao final do passeio brindamos com champagne e nos divertimos desinflando o balão.
Derinkuyu
O seguinte destino do dia foi Derinkuyu. Uma cidade subterrânea que está localizada na província de Nevehir, onde descemos aproximadamente 8 andares para visitar seu interior. Observamos as salas para cultos, para refeições, a cozinha, estábulos, poços de água e de ventilação, tumbas e galerias de comunicação. A cidade possui uma área de mais de 445 km2 e se calcula que podia albergar até 100.000 habitantes. Derinkuyu tem um túnel de 8 km de comprimento que conecta com Kaymalkli, outra cidade subterrânea.
Depois de “estar embaixo da terra” andamos por diversos vales (Göreme, Pasabag, Chaminé das Fadas) e conhecemos cidades singulares como Kaymalkli, Özkonak, Avanos, Üçhisar (ponto mais alto da Capadócia), Avcilar, Zelve (suas rochas são avermelhadas), Ürgüp (povoado troglodita).
Terminamos o dia em Göreme, jantando num restaurante divino (acabamos comendo sempre ali) e ao final da última noite conhecemos ao dono de uma tapeçaria, um senhor bastante agradável, dono de uma loja onde foram gravados capítulos da famosa novela “Salve Jorge”.
Konya
No dia 5 de agosto, após o café-da-manhã em Göreme com uma vista extraordinária do vale, deixamos a cidade rumo a Konya, onde chegamos na hora do almoço. Depois de comer aproveitamos para conhecer um pouquinho da cidade. Encontramos uma loja de guloseimas deliciosas e logo retornamos ao hotel.
Pamukkale
06-08/08 – PAMUKKALE-ESMIRNA -TROYA – ECEABAT
Chegamos a Pamukkale na tarde do dia 06/08. O hotel era um espetáculo, com uma decoração rústica misturada com umas cores fortes e alegres. Deixamos as malas para ir até às piscinas naturais. Pamukkale signfica em turco, castelo de algodão e foi só chegar no local para que compreendêssemos que o nome tinha muito sentido 🙂
À entrada de Hierápolis (Patrimônio da Humanidade) vislumbramos a peculiar formação geológica, uma imensa montanha branca formada por pedras calcárias, com inúmeras piscinas termais e fontes naturais, algo precioso!
Subimos e passeamos pelas ruínas até chegar às piscinas. Como era verão, as piscinas não estavam muito cheias, mas mesmo assim entramos e nos divertimos muito. Jantamos ao ar livre no próprio hotel.
Esmirna
No dia seguinte (07/07) saímos em direção à Esmirna (Izmir), a cidada fundada ao redor do ano 3.000 a. C., no caminho paramos para visitar Efes. Ao entrar em Esmirna nos assustou o caos do trânsito, que parecia pior do que o de Estambul, e acabamos num engarrafamento enorme 🙁
Chegamos ao hotel, deixamos as coisas e saímos com a missão de descobrir um local para comer às margens do Mar Egeu.
No dia 08/08 saímos de Esmirna rumo a Eceabat. Mas antes paramos na legendária Troya, onde aconteceu a mítica Guerra de Tróia. Uma cidade povoada mais ou menos desde 3.000 a.C. \o/
Foi emocionante estar ali, e pensar que pisávamos no mesmo chão que teria pisado Aquiles, me senti dentro da “Odisséia” ou da “Ilíada”, ambos inspirados nos mais de 5.000 anos de história do lugar.
Cruzando o Estreito de Dardadelos
Percorremos todo o sítio arqueológico, passando pelas muralhas, rampas e excavações. Voltamos à estrada para alcançar o ferry em Çanakkale, para cruzar o Estreito de Dardadelos, e assim chegar à Eceabat, onde passamos a noite em um hotel, estilo casa rural, e bastante aconchegante.
Da Turquia para a Grécia
09-10/08 – METEORA/ATENAS
Este dia foi muito especial (09/08) porque começaríamos uma parte da viagem a caminho de uma surpresa que preparamos para minha mãe. Ela tinha muita vontade de conhecer Meteora, assim que resolvemos inclui-la no roteiro, mas não lhe contamos nada.
Pela manhã saímos de Eceabat, para deixar a Turquia e entrar na Grécia. Pela estrada muitos girassóis e olivas. Almoçamos em Kavala (fundada por volta do século VI a. C.), uma cidade bonita e a 165 km da Tesalônica.
Meteora
Ao entardecer já estávamos em Meteora, e vocês nem imaginam a emoção da minha mãe quando começou a ver da estrada as montanhas e colunas naturais de rocha, e isso que ainda não sabia onde estávamos. Pediu pela primeira vez em toda viagem que parássemos o carro para tirar umas fotos. Quando chegamos ao hotel em meio de toda esta beleza natural, mostramos a ela um dos mosteiros sobre as pedras e lhes contamos que estavámos em Meteora, e foi um daqueles dias que se costumam chamar de “inesquecíveis”!
Meteora é um dos maiores e mais importantes complexos de Mosteiros Ortodoxos em Grécia, e está classificado como Patrimônio Mundial da Humanidade. Nesta região se encontram 6 mosteiros construídos sobre verdadeiras colunas de rochas areníticas. A cidade mais próxima ao complexo, e onde estávamos hospedados, é Kalambaka.
O primeiro mosteiro da região foi o Gran Meteoro ou Mosteiro da Transfiguração, construído por volta do século 14, estabelecido por Santo Athanasios e situado a 613 metros acima do nível do mar. O Mosteiro da Santíssima Trindade é de 1475; o de São Varlaan (segundo em tamanho) por volta de 1541; o de Roussanou (também dedicado à Transfiguração) e o de San Nicolau são do século 16. O mais jovem é o Mosteiro de São Estevão, construído em 1798.
No dia 10/08 vimos todos os mosteiros do complexo (um circuito de 17 km), mas decidimos entrar no maior e mais antigo, o Gran Meteoro. Depois de um tempo subindo uma longa escadaria esculpida nas rochas (acredito que fossem uns 1.000 degraus) chegamos ao mosteiro e conhecemos a igreja de estilo bizantino “escondida” dentro dele. Pena que não se podem realizar fotografias em seu interior porque é impressionante. Todas as paredes estão decoradas com afrescos coloridos, um espetáculo! Ao final do dia, deixamos este sonho feito realidade e pegamos a estrada rumo à Atenas.
Atenas
11-12/08 – ATENAS
Durante todo o dia (11/08) estivemos passeando pelas ruas de Atenas. Pegamos o ônibus turístico e fizemos um passeio refrescante, e foi uma ótima decisão em razão do calor que fazia na cidade.
Visitamos a Acrópole, o Teatro de Herodes Ático, o Arco de Adriano, o Templo de Deus Olímpico, o Parlamento, a Praça de Sintagma, a Academia de Atenas e a belíssima marina.
Comemos na rua central de Atenas, bem perto da Acrópole (há muitos restaurantes nesta região) e logo passamos pelo Museu de Atenas, pela Ágora Antiga e pelo mercado de rua.
Adoro esta cidade mas tenho que reconhecer que a crise a castigou bastante. Estivemos em Atenas em 2011 com Carolina e a transformação é importante 🙁
O que primeiro me chamou atenção é que haviam poucos turistas pelas ruas, pelos restaurantes e nos ônibus turísticos. A cidade está meio abandonada e cheia de grafites, mas tenho que dizer que alguns eram bem bacanas. Em resumo, a crise que afeta Grécia se vê refletida nas paredes da capital.
Mesmo assim o lugar continua seguro, inclusive passeamos de noite, e voltamos dos restaurantes já de madrugada e sem nenhum problema.
Uma parte do grupo diz adeus à roadtrip
Em Atenas terminou a parte da viagem com nossos pais 🙁 No dia 12/08 foi momento de despedida no aeroporto, tristes estivemos com eles até´o momento do embarque para Brasil. Foi uma viagem inesquecível e super especial porque foi a primeira vez que os seis viajamos juntos. Depois do embarque, eu e o Saddam começamos nossa viagem de volta à casa. Saímos de Atenas rumo a Tirana, margeando o Mar Egeu. Visitamos lugares impressionantes como o Canal de Korinthos e a Praia de Menidi.
Uma parte do grupo diz adeus à roadtrip
12/08 – ALBÂNIA
Cruzamos a fronteira entre Grécia e Albânia no dia 12/08 e nos impressionou a beleza natural do país. Estávamos tão tranquilos desfrutando da paisagem, e de repente quando ainda faltavam 180 km para Tirana, a estrada simplesmente terminou \o/
Andamos uns 20 km em uma “pseudo-estrada” de terra, pedras, buracos e compartilhando nosso “espaço vital” com vacas, galinhas, crianças em bicicleta, ovelhas, ou seja, realmente uma aventura, me senti num filme de Indiana Jones.
Depois destes quilômetros a coisa melhora 🙂 Principalmente nos povoados junto à fronteira com Grécia. Parte da Albânia está em reconstrução, há entulhos, casas e edifícios por terminar, outros abandonados. E desde a estrada se pode ver o rastro de explosões (morteiros ou bombas) que continuam por aí! Pelo caminho há muita gente vendendo frutas e bebidas (como no Brasil). Antes de chegar à Tirana passamos por uma cidade chamada FIER. Que me lembrou as cidades praianas brasileiras.
Tirana | Albânia
No dia 13/08 fomos ao centro de Tirana, a maior cidade de Albânia, que foi fundada em 1614 por Sulejman Pasha, convertida em capital em 1920. É uma capital nova com muito concreto, bons edifícios e vias amplas, muito comércio, mas poucos atrativos turísticos.
Visitamos a Praça Skanderbeg, o Bazar, o Museu Histórico Nacional, a Ópera, a Mesquita Et`hem Bey, a Pirâmide, a Catedral Ortodoxa, e outros monumentos interessantes como o Memorial Comunista (PostBllok ) e o fragmento do Muro de Berlim.
Dirigindo na Macedônia
No final da tarde pegamos a estrada rumo à Macedônia, passando por Kosovo, e nesta ocasião encontramos estradas excelentes.
Macedônia
13-14/08- MACEDÔNIA
No dia 13/08 saímos da Albânia às 14:40 horas e às 17:00 horas já nos encontrávamos na fronteira com Kosovo. Na alfândega de Kosovo, o policial (que foi bastante simpático) nos informou que tínhamos que descer do carro e contratar o seguro obrigatório para poder circular com o carro pelo país (30€). Pagamos e já assegurados, passamos pela fronteira sem maiores problemas. O mais curioso é que as estradas junto às montanhas eram melhores do que as demais 🙁
Passamos por vários restaurantes italianos, por umas casas bem bonitas, mas nos chamos atenção a sujeira que havia por todas as partes. Dava a impressão que as pessoas iam de piquinique ou de pescaria e deixavam seu rastro de lixo esparramado pela natureza. Uma pena, tanta beleza natural e tão pouca consciência ecológica. Por volta das 19:00 horas chegamos em Skopje, capital da República de Macedônia. A cidade é espetacular, principalmente de noite com todos os monumentos iluminados. Ao lado do rio Vardar se encontram um montão de restaurantes, e a noite é bem animada!
Skopje | Macedônia
No dia seguinte (14/08) andamos pela cidade e com a luz do dia percebemos que é uma cidade bastante nova e ainda em construção. Mas devo dizer que o conjunto de monumentos, estátuas, pontes é realmente bonito. Macedônia era um país que queríamos conhecer, porque um dos sobrenomes do Saddam é de Macedo, e este era o lugar de origem de tal sobrenome.
Tínhamos muita vontade de pisar na terra de seus antepassados.
Na hora do almoço nos dirigimos à Podgorica (Montenegro), mas antes passaríamos por Kosovo, para conhecer a capital, Pristina. E depois de cruzar 3 fronteiras (Macedônia/Kosovo; Kosovo/Albânia e Albânia/Montenegro) chegaríamos mortinhos da silva no hotel.
Pristina
14/08 – KOSOVO
Nesta manhã após passear por Scojpe (Macedônia), nos dirigimos a Kosovo para conhecer sua capital, Pristina. Quando chegamos na fronteira, entre Macedônia e Kosovo, vimos uma bandeira da Albânia e não resistimos em perguntar ao policial o porquê daquela bandeira. E foi curiosa a primeira frase de sua resposta: “É que aqui também é Kosovo”.
Claro que é, pensei na minha ignorância. E seguiu nos explicando que 90% da população que vive em Kosovo é da Albânia, inclusive ele mesmo, e que também haviam muitos croatas e egípcios vivendo no país. Fazendo contas, rapidamente chegamos a conclusão que os nascidos em Kosovo teriam como máximo 5 anos de idade, já que sua independência foi declarada em 2008.
Um pouco de história
Basta com passar os olhos pela história do país para compreender o sentimento deste policial. Kosovo é ainda uma território em disputa, já que Sérvia lhe considera uma espécie de estado autonômo dentro do seu território. Na época da República Federal Socialista de Iugoslávia, Kosovo formava parte da República Socialista Servia. Quando se dissolve Iugoslávia passa a formar parte da República Federal de Iugoslávia (conhecida desde 2003 como Servia e Montenegro).
Em 1999 estoura a Guerra do Kosovo (quando Kosovo se declara independente) e em 2008 o próprio país declara sua independência de forma unilateral, mas com o apoio de 91 países, Espanha não a reconhece. Claro que este é um resumo, porque há muitas sutilezas que sou incapaz de descrever. Mas me pergunto por que são tantos os albaneses que vivem em Kosovo? Parece que a resposta a tal emigração está na invasão otomana aos Balcãs que durou mais ou menos 7 séculos.
Continuando na nossa viagem 😉 no caminho à Pristina percebemos que são muitas as obras no país. Nas estradas existem muitos postos de gasolina, indústrias e lojas novas.
Chegamos a Pristina por volta das 14:00 horas. Uma capital de porte médio, uns 200.000 habitantes, de trânsito caótico, onde não se respeitam as normas de trânsito, e com poucos semáforos. Passamos pela Universidade, com uma biblioteca belíssima e pelos poucos edifícios emblemáticos do lugar. O curioso foi que deixamos o carro em um estacionamento cujo edifício foi um dos poucos que sobreviveu à guerra.
Às 17:00 horas deixamos Pristina para ir de encontro à nossa próxima parada – Montenegro.
Montenegro
15/08 – MONTENEGRO
Dia agitado, despertamos em Scopje (Macedônia), visitamos Pristina (Kosovo), pela tarde passamos pela Albânia para chegar de noite em Montenegro. A viagem desde Kosovo a Montenegro foi bem interessante, porque quando passávamos por Albânia nosso GPS nos mandou para uma estrada que acredito que fosse “terciária”, o tipo de estrada que te dá medo só de pensar no que vem a continuação. Uma via cheia de pedras, terra e buracos e não vimos nenhum carro no tempo em que estivemos nela, até que resolvemos dar meia volta e encontrar um caminho mais seguro. Chegamos a Budva (Montenegro) por volta das 23:00 horas.
Depois de uma bela noite de descanso em nosso pequeño hotel de frente para a Praia de Budva saímos cedinho, porque tínhamos pela frente um longo dia 🙂
Podgorica, a capital de Montenegro
Margeando o Mar Adriático chegamos a Podgorica mais ou menos às 8 da manhã. A capital de Montenegro é uma cidade pequena, com 150.000 habitantes e sem atrativos. Passeamos por suas ruas, por alguns monumentos e terminamos a visita com uma café com leite delicioso em uma “taquería” do centro. Pouca gente fala inglês por lá e não se vê pobreza na capital ou pelas outras partes que atravessamos do país.
Com o café dissemos adeus a Montenegro com destino a Podstrana (Croácia) passando por algumas fronteiras (Montenegro/Bósnia, Bósnia/Croácia e Croácia/Bósnia, Bósnia/Croácia), e visitando cidades como Dubrovnik (Croácia) e Saravejo (Bósnia e Herzegovina).
Sarajevo
15/08 – BÓSNIA e HERZEGOVINA
No dia 15 de agosto por volta das 18:00 horas chegamos a Sarajevo, e por sorte entramos por um erro nosso em umas ruas com as marcas de guerras em uma série de edificações abandonadas, ques e encontravam “camufladas” detrás de umas árvores. Panorama bem diferente da entrada da cidade que é totalmente nova, ampla e moderna.
Quanto mais entrávamos em Sarajevo, mais aumentava nossa surpresa, já que das últimas capitais que visitamos (Tirana/Albânia, Pristina/Kosovo e Podgorica/Montenegro), sem dúvida nenhuma, Sarajevo era a mais formosa e a única que nos pareceu autêntica. É uma cidade com aproximadamente 305.000 habitantes, e a mais povoada de Bósnia e Herzegovina, e esta região esteve habitada desde a pré-história.
Vimos pela cidade edifícios danificados por morteiros e metralhadoras, e o Ponte Latino, onde se produziu o atentado de Saravejo em 1914, que levou à morte do arquiduque Francisco Fernando de Austria, e desencadenou a Primeira Guerra Mundial.
A cidade está repleta de monumentos, como mesquitas, igrejas, a Basarsija, a Universidade, o Teatro Nacional, o Museu Nacional de Bósnia e Herzegovina, que são bastante respresentativos da velha e da nova cultura do país.
O centro histórico está repleto de lojas e bares que ficam abertos até tarde da noite. A cidade me lembrou muito a León, já que lá também os cidadãos se misturam com os turistas, não há propriamnete “guetos” de um ou do outro lado, e isso é o melhor!
Fiquei com vontade de passar mais dias por lá e conhecer mais a fundo a cidade e sua cultura, e outras partes do país. E como Carolina (nossa filha) ainda não conhece o lugar, já temos uma boa desculpa para voltar 😉
Curiosidades Bósnia e Herzegovina: muita gente fala alemão, o que também é algo comum em Kosovo e Albânia. O carro que mais vimos circulando pelo país foi o Golf.
Budapeste
17-18/08 – HUNGRIA
No dia 16 de agosto pisamos terra húngara e permanecemos até o dia 18. Desde a fronteira entre Croácia e Hungria a caminho de Budapeste existem muitas zonas reflorestadas, vacas e plantações de milho. O aroma no ar me lembrou a Holanda. Nada mais entrar na Hungria paramos num posto de gasolina e Saddam começou provar da gastronomia local, degustando um bolo típico, o Pogácsa.
Às 19 horas chegamos a Budapeste, descansamos um pouquinho no hotel, e depois rua 🙂 pegamos o bonde para o centro da cidade para averiguar como era a noite húngara. A cidade tem muito ambiente noturno, muita gente pelas ruas, comércios abertos até tarde, retornamos ao hotel à 1 da madrugada e os bares e restaurantes continuavam abertos.
A cidade é grande mas nos sentimos muito bem por lá, porque não havia caos, aglomerações e reinava um ar intimista mesmo sendo uma cidade cosmopolita. Os monumentos, incluindo as pontes, estão todos iluminados durante a noite gerando uns tons sépia que embelezam ainda, se é possível, o ambiente e a cidade. Os húngaros são amáveis, super altos, magros, e algumas mulheres magras até demais.
O que fazer 1 dia em Budapeste
No dia seguinte compramos uns passes que nos davam acesso aos ônibus, barcos turísticos por 2 dias (e de forma ilimitada). Pagamos 10 mil florins (uns 37€). Não tínhamos muito tempo para ficar pesquisando outras ofertas e rapidamente nos decidimos por esta, depois vimos outra companhia que por 4€ mais oferecia o mesmo mais jantar no passeio de barco 🙁
Há muita coisa para se ver em Budapeste, passeamos por toda cidade e vimos maravilhas. Em Buda, a Cidadela, o castelo, as Igrejas Matias, Calvinista e Santa Barbara, o Bastião dos Pescadores e o Palácio Real.
Em Pest, a Ópera, a Sinagoga Judia, o parlamento, a Basílica de São Estevão, o Museu Etnográfico, a Rua Váci Utca ou Avenida Andráss, o Museu Nacional de Hungria, o Mercado Central, o Museu de Belas Artes, a Praça dos Heróis e o Parque da cidade.
Também cruzamos a Ponte das Correntes. Onde nos demos um lindo beijo sobre o rio Danúbio, que romântico 😉 Deixamos o passeio de barco para o entardecer. Foi incrível ver todos os monumentos que se encontravam às margens do rio cobertos pelos últimos raios de sol.
Terminamos nossa visita à Budapeste passeando pelas ruas centrais onde brincamos em fazer bolhas gigantes de sabão, e já famintos demos com um restaurante chamado “Pasta Manufaktura” que servia pasta sem glúten, e assim fechamos com chave de ouro nosso “tour” pela cidade.
Bratislava
18/08 – ESLOVÁQUIA
Passamos pela fronteira entre Hungria e Eslováquia às 12 horas do dia 18 de agosto, e chegamos à capital (Bratislava) com uma temperatura de 38 graus, um recebimento verdadeiramente quente 😉
Uma cidade encantadora, e se um se distrai pode pensar que está em Austria, porque a arquitetura, a estrutura e as cores são bem parecidos ao que encontramos no outro país.
Os bratislavos são amáveis, atenciosos e nos trataram muito bem. Não achamos que seja uma cidade cara, e mesmo nos locais mais próximos aos atrativos turísticos praticam preços acessíveis. Encontramos um supermercado aberto no domingo, e entramos para comprar uma comidinhas sem glúten.
Já no começo do nosso passeio pela cidade demos de cara com a Casa do Bom Pastor (estilo rococó) que abriga o Museu do Relógio, uma construção magnífica. Depois entramos no Centro Histórico pela Porta de Miguel (Michalská brána), a única que se preservou das antigas fortificações medievais e ainda conhecemos os edifícios mais antigos da cidade: Prefeitura, Catedral, Igrejas, Teatro Nacional Eslovaco na Praça Hviezdoslav, museus, universidade e seus peculiares trens turísticos. E visitamos a loja mais antiga da cidade!
Bratislava: museu a céu aberto
Passear por Brastislava é como estar dentro de uma exposição artística ao ar livre. Há esculturas e obras de artistas locais por toda a cidade, o que me pareceu fenomenal. Enquanto conhecíamos a arte local também nos divertíamos fazendo fotos com as estátuas mais emblemáticas.
A estátua de “Cumil” (do eslovaco “Cumit”, ou seja, fofoqueiro) é um bom exemplo 😉 Esta é uma escultura bastante original que representa um operário que se assoma por uma bueiro para observar todo aquele que passa, ou quem sabe simplesmente para tomar um pouco de ar fresco e descansar. Uma questão de interpretação 😉 E se um não vai alerta acaba se tropeçando com ele, encontra-se na rua desde 1997, e claro que se converteu em uma atração turística.
Terminado o passeio fomos para Viena que se encontra a poucos quilômetros de Bratislava, e assim chegamos rapidinho à sonhada cidade …
Viena
18-19/08 – ÁUSTRIA
Durante esta viagem estivemos duas vezes em terras austríacas. A primeira apenas de passagem com nosso pais no dia 27 de julho, quando saímos de Vicenza rumo a Croácia. Passamos umas horinhas em Áustria, que estava no meio do caminho, e paramos para comer em um restaurante na estrada. Entre montanhas saboreamos a deliciosa comida do país e desfrutamos da hospitalidade do povo austríaco.
A segunda vez após visitar Eslováquia, e foi quando finalmente depois de tantos anos tentando conhecer a capital de Áustria por fim havia chegado o dia 😉 Sem perder tempo deixamos a bagagem no hotel e fomos para o centro da cidade.
Conseguimos estacionar num lugar privilegiado, no coração de Viena, ao lado da Igreja de São Pedro (Peterskirche). Percorremos ruas belíssimas até chegar à Catedral. Depois continuamos até a Ópera. Uma curiosidade: nos banheiros da estação subterrânea do metrô junto à Ópera se escuta música, e imaginem de que estilo;) Terminamos o passeio desfrutando de uma maravilhosa lua cheia.
Dia 2 em Viena
No dia seguinte deixamos o carro num “Park and Ride” (P+R) que são estacionamentos especiais para quem quer deixar o carro e ir de metrô para o centro. As diárias são bem mais baratas, apenas 3€ (é só inserir o bilhete de metrô para pagar esta barbada). Para que pudéssemos passear por Viena sem restrições compramos um passe diário de transporte (vale para metrô, trem, ônibus e bonde) pagamos cada um 7,25€, e valeu cada centavo! Os transportes públicos em Viena funcionam à perfeição e estão super bem conectados entre eles. São limpos, amplos, com o mobiliário em bom estado (os vagões de metrô contam com ar-condicionado), e dentro há jornais e revistas à disposição dos usuários. Permitem a entrada de bicicletas e mascotes, e estão perfeitamente adaptados para eles.
Passamos o dia todo de lá prá cá, a cidade é espetacular, super bem cuidada, os edifícios com sua manutenção em dia e tudo muito limpo. Antes de chegar ao centro propriamente dito, descemos na parada do Palácio de Schönbrunn.
Depois fomos para o centro e visitamos lugares como: Parlamento de Áustria, Bolsa, Prefeitura, Ópera de Áustria, a famosa Avenida Ringstrasse, a Stephansplatz, o Palácio Hofburg, o conjunto arquitetônico que abriga vários museus, incuido o Museu Sisi, a Biblioteca Nacional e a Escola Espanhola de Equitação, criada em 1572. Também passamos pela Universidada de Viena (fundada em 1365, depois da de Praga, e a segunda universidade mais antiga do Sacro Império Romano-Germânico), Stadt Park (1862), a Casa das Mariposas (Schmetterlinghaus), o Memorial de Mozart e passamos por outros tantos lugares.
Ainda andamos pelo Hundertwasserhaus, um complexo residencial bem original, construído entre 1983 e 1986. Uma obra de arte ao alcance de qualquer pessoa que passe pela Rua Kegelgasse, 34-38.
Encerramos nosso passeio pro Viena com chave de ouro, divertindo-nos muito no Prater, um popular espaço de ócio que abriga o parque de atrações mais antigo do mundo. O Prater foi aberto ao público em 1776, e em 1895 se inaugurou o parque de atrações. A roda gigante é um dos símbolos da cidade. Passar umas horas “em outro século” foi emocionante e uma experiência inesquecível.
Praticamente neste dia terminava nosso tour de verão, já que no dia seguinte começávamos nosso retorno à Espanha.
argumento, texto e fotos: Daniele Leoz – 2013
Para ler a primeira parte da viagem, clique aqui.
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