Quem foi Bruegel? – A Dinastia da arte
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Quem foi Bruegel? – A dinastia
Bruegel ou Brueghel, duas grafias para um mesmo sobrenome. Uma família que viveu entre os séculos 16 e 17 no norte da Europa com escapadas italianas e que vai conformar a primeira grande dinastia da arte!
O patriarca e que possibilitou que vários descendentes vivessem da arte foi PIETER BRUEGEL, O VELHO (Breda ou Breugel, h. 1525 – morreu em Bruxelas – 1569)
Era talentoso demais e estabeleceu uma tradição familiar artística de mais de 100 anos! Ou seja, uma verdadeira dinastia.
O estúdio de Pieter, o Velho foi tão importante que a gente podia compará-lo a uma grande marca de luxo atual. Uma obra só por ter sido realizada por ele, já tinha muito prestígio.
Dois anos antes de seu falecimento, em 1567, um comerciante de Florença muito influente chamado Ludovico Guicciardini descreveu Pieter Brueghel, o Velho como o segundo Bosch.
Essa pintura de 1652 é “Caída dos anjos rebeldes”, eu já mostrei no Instagram arte_365. Encontra-se nos Museus Reais de Belas Artes da Bélgica.
Pieter Bruegel e seus filhos: Pieter Brueghel, o Jovem e Jan Brueghel, o Velho
Pieter Brueghel, o Velho teve 3 filhos, dois deles se dedicaram a pintura e juntos tiveram um grande estúdio.
Percebeu que a grafia do sobrenome mudou? Você vai encontrar das duas formas, normalmente o patriarca aparece sem o “H” e a partir dos seus filhos, já aparece essa letra, portanto de Bruegel para Brueghel.
A Guilda de São Lucas
O primogênito se chamava Pieter Brueghel, o Jovem. Ele nasceu em Bruxelas em 1564 e se formou na Guilda de São Lucas, que era um super prestigioso grêmio de pintores, lembra que os artistas se moviam nesses grêmios que eram onde aprendiam seu ofício e através desses grêmios conseguiam suas encomendas?
A Guilda de São Lucas estava presente em várias cidades, entre elas Delft, Amsterdam e Antuérpia e por ela passariam mais tarde artistas como Vermeer e Rembrandt.
Como o pai era famoso e todo mundo queria suas telas ou gravuras. Ele foi o que mais se esforçou em imitar seu estilo. Inclusive adaptando ou relendo composições famosas do pai.
O pai tinha o toque moralizante de Bosch, mas Pieter, o Jovem simplesmente tentava mostrar as coisas tal como eram, por isso se diz que ele era o cronista da sua época.
As cenas invernais dos Brueghel
Ah, e ele continuou as cenas invernais, que o pai tinha colocado de moda, buscando retratar ainda mais detalhes e pormenores.
Apesar de ser considerado o “cronista”, em “Armadilha para pássaros” (1601, coleção privada) há um certo fundo moralizante. Fala da da natureza passageira da vida, onde o simples prazer de jogar sobre um rio gelado pode derivar numa tragédia. Da mesma forma, que as tábuas de madeira nas quais se apoiam os pássaros na esquerda em verdade são uma armadilha.
Na parte detrás descubriram uma Paisagem do rio em inverno com patinadores do irmão, Jan, o Velho.
Jan Brueghel, O velho
O irmão mais novo foi mais famoso, porque foi além dos ensinamentos do pai e criou um estilo próprio. Ele se chamava Jan Brueghel, o Velho ou Jan I.
Ele realizou muitas composições florais que estavam de moda. Nelas, há um fundinho moralizante, porque como murcham e perdem a beleza exuberante, é um aviso para a vaidade desorbitada.
A crise da tulipa, o primeiro crack econômico
É interessante que é uma flor que vai gerar a primeira grande crise econômica do mundo ocidental, a tulipa. Especularam tanto com o bulbo dessa flor devido uma demanda frenética pela mesma, que o preço subiu pra caramba e a demanda caiu loucamente, ao invés da bolha imobiliária, tivemos a bolha da tulipa!
E as vezes as pinturas florais se uniam outros temas, como os bíblicos. Na tela abaixo, Jan pintou a guinada de flores e Bartolomeo Cavarozzi (1585 – 1625) um dos maiores seguidores de Caravaggio, pintou a Sagrada Família.
(A Sagrada Família rodeada por uma guirnalda de flores, c. 1620 – 1625, coleção privada)
Jan, o Velho teve 2 filhos do primeiro casamento: Pascasia Brueghel, que não pode se dedicar à pintura e Jan Brueghel, o Jovem (1601 – 1678). Do segundo casamento teve 8 filhos, entre os quais: Ambrosio Brueghel, que também foi pintor. E Anna que casou com David Teniers, o Jovem (1610 – 1690). Seu meu irmão, Jan, o Jovem acabou pintando várias telas em colaboração com seu cunhado, David.
Jan, o Jovem
Jan Brueghel, o Jovem ou Jan II, uniu-se à Guilda de San Lucas, se casou, pintou e teve 11 filhos!
Jan II foi o mestre de um gênero, da pintura alegórica. As alegorias são conceitos que expressam sentimentos, emoções, sensações, fatos, como o amor, a guerra, a paz, ou ainda os elementos da natureza.
Essa é uma alegoria do “ouvir”. No centro a gente vê uma feminina que canta e toca na companhia de um querubim. À esquerda,uma paisagem com figuras de menor tamanho que evoca a música rústica. No fundo, 3 músicos interpretam um concerto de câmara, portanto a música clássica. E a presença de pássaros cantores faz referência às melodias da natureza (c. 1645-1650, coleção privada).
Jan, o Jovem e seus filhos
Jan Brueghel, o Jovem teve 11 filhos. Três se dedicaram à arte: Jan Pieter Bruegel; Abraham Brueghel e Philips Brueghel.
Uma alegoria do Abraham – da justiça e da paz, c. 1660, coleção privada.
Exposição em Madri sobre a Dinastia Brueghel
A maioria das imagens e muitas das informações deste artigo são da exposição “Brueghel. Maravilhas da arte flamenca” no Palácio de Gaviria, em Madri, comissionada pela empresa italiana dedicada à produção e organização de grandes exposições de arte – Arthemisia.
Essa exposição fica aberta até 12 de abril. Para obter mais informações, visite o site oficial: https://palaciodegaviriamadrid.com
Bruegel ou Brueghel – a dinastia
Só agora vi que não aparecem as datas dos nascimentos e mortes que coloquei na árvore da dinastia. Assim que voltar de viagem, refaço o scanner 🙂
Dinastia Bruegel – o Vídeo
No vídeo você terá mais informações sobre a dinastia. E se quiser ter acesso a todos os vídeos de arte, inscreva-se no nosso canal: http://bit.ly/videos-de-arte
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