Pollock: no Metropolitan em New York
New York, 1999. Neva e faz um frio danado (-10C). Entramos no MET. Acompanhados do Ronaldo, um louco por Egito, passamos horas entre múmias, relevos até dar com um templo inteiro! A idéia era privilegiar o Egito e depois fazer um “un passant” pelas inumeráveis salas que conformam este big museu.Aos meus acompanhantes a arte moderna não fazia muita graça, mas para mim era e é tudo de bom! Por isso quando chegamos diante de uma tela enorme de mais ou menos 2,5 por 5 metros, eu automaticamente me detive, e meus companheiros seguiram “viagem”.
O fundo da tela era meio ocre, mas o que estava sobre esta superfície chegava na minh´alma como uma flecha de Cupido ao coração daqueles que se permitem enlouquecer de amor. Nada de figuras, realismos, só tinta, muita tinta! Poucas cores: bege, preto e branco, e não faziam falta mais. Comecei o jogo, de aproximar e afastar. Andar de um lado a outro, abaixar, levantar, enfim, vê-la por diferentes pontos de vista. Diante de um Pollock o melhor é esquecer do tempo, e só olhar, olhar e olhar.
Este homem mudou a forma de pintar. Colocou a tela no chão. Furou uma lata de tinta, e esta passou a ser o pincel. Parece fácil? Então, faz uma experiência na sala da tua casa. O primeiro drama vai deparar-se com algo tão grande e vazio, e depois fazer com que as linhas tenham ritmo, que as cores se misturem ou se separem. O fácil é pintar aquilo que todo mundo vê, agora as emoções, este é outro campo de batalha. Esta é uma arte para sentir, por isso nada de buscar figurinhas onde só existe uma explosão daquilo que nos
faz levantar a cada manhã: uma fé inquebrantável que nos faz pensar que viver vale a pena!
Detalhe da mesma obra
Oitava recomendação 2010 – Um encontro com Pollock no Metropolitan Museum of Art. Se a arte moderna te parece abusrda, quem sabe uma de tuas resoluções de 2010, possa ser: aprender a apreciar algo que não chego a compreender! No começo parece meio chato, mas depois é como abrir uma nova janela pela qual se pode aproveitar ainda mais este mundão!
Imagens: http://www.metmuseum.org