O que você não pode perder em Lima – “la puesta del sol en el Pacífico”

Naquele fim de tarde, a única coisa que eu bucava era um café de verdade. Nada de chá de café como o do manhã. Estava começando a tremer pela falta da cafeína. Entrei no Havanna Café, e sentei do lado de fora. A sacadona dava para o Pacífico. Depois de estar sentada em um ônibus no city-tour, necessitava esta sensação de amplitude. Este horizonte longo.

Antes mesmo de tomar os primeiros goles daquela dádiva, levanto a cabeça e tenho diante uma tela enorme de Turner. Esta era realmente minha sensação. Como se a paisagem de Turner estivesse tomando de assalto ao mundo. Não era simplesmente um laranja-avermelhado. Era toda uma paleta de cores, de um azul royal se atingia um pink. Aquela grande massa de agua lá embaixo só ampliava o espetáculo, já que funcionava como um enorme espelho.

Sem querer dei de cara com um “monumento”. Ninguém aplaudiu como em Santorini, o que afinal foi um alívio e aumentou minha perplexidade. Demorei para aceitar que aquele panorama era real e que não era simplesmente a obra de um grande mestre das cores. A minha Lima que naquele dia tinha sido amarela, colorida, naquele instante era brilhante!

fotos: turomaquia_2011