O que fazer em Alcobaça – Viagem Portugal
[O que fazer em Alcobaça – Guia completo de Alcobaça by Patricia de Camargo]
A essa pergunta: O que fazer em Alcobaça? A maioria dos viajantes responderia sem pestanejar, visitar o Mosteiro, que é Patrimônio Mundial da Humanidade e sair pitando.
Eu discordo, dormi na cidade e te conto neste artigo tudo que você pode fazer e comer por lá 😉
Índice
Alcobaça – Índice
Vou deixar um indíce, caso você esteja procurando uma informação específica:
– A tumba dos apaixonados: Inês e Pedro
– O que pouca gente conhece no Mosteiro: nosso segredo
– Guia do Mosteiro de Alcobaça
– Horários e Preços do Mosteiro
– A Rua da Poetisa mais lida em Portugal e no Brasil
– Mirante da cidade
– Jardim do Amor
– Onde comer em Alcobaça
– Estacionamento em Alcobaça
– Onde ficar em Alcobaça
– Como chegar em Alcobaça
– O que conhecer perto de Alcobaça
– Planeje sua viagem a Portugal aqui!
– Excursões para conhecer Alcobaça
O que fazer em Alcobaça
O rei D. Alfonso Henriques doou as terras para a construção do mosteiro e mais do que isso, fundou uma das mais importantes casas da ordem cisterciense da Península Ibérica. Coincidem as datas da fundação e doação das terras: 8 de abril de 1153.
Esse não era simplesmente um ato de fé, mas também político e econômico. Entre algumas das razões, conquistar a amizade de um dos personagens mais influentes daquela época, Bernardo de Claraval. Ele foi um abade francês que reformou a Ordem de Cister.
Na Europa Medieval, as ordens pipocavam. A de Cister ficou famosa por ser austera, rigorosa. Seus monges viviam afastados do mundo exterior e sempre dedicados ao trabalho, à oração e ao retiro.
Dá para ver que o mosteiro foi criado para impressionar. É só olhar da praça sua fachada de 220 metros de comprimento! Mas se o lugar começou a ser construído na Idade Média, a decoração da fachada é posterior, do século 18 e do estilo barroco.
Entrando na Igreja
Quando entrar vai se sentir quase “engolido” pela grandeza e imponência da igreja, a primeira em estilo gótico construída em Portugal.
No interior da igreja, olhe o teto e verá os arcos ogivais. Uma tecnologia que permitiu a construção de igrejas tão altas. Havia até uma certa disputa para ver quem teria a igreja mais alta!
Curiosidade: até o século 18 não era permitida a entrada da população na igreja principal. O pessoal que formava parte da ordem assistia a missa em outra igreja que se encontrava na atual Sala dos Reis.
A igreja se conforma por 3 naves (“corredores”). Uma nave para os monges que entravam diretamente do claustro. Uma nave para os conversos, que não eram monges, mas trabalhavam no convento e outra nave onde entravam excepcionalmente pessoas de fora, mas porque estavam doentes (coro dos enfermos). Esse pessoal devia estar nas últimas, porque por onde entravam se conhecia como “Porta dos Mortos”.
As tumbas dos apaixonados
A História
Que história de amor meus amigos, que história de amor! O infante D. Pedro casado com Constança Manuel apaixona-se por uma das damas de sua esposa, a nobre galega Inês de Castro.
O romance corre solto e a esposa do infante falece no parto. Pronto, no mesmo instante D. Pedro chama Inês que tinha sido “exilada” pelo rei no Castelo de Albuquerque, para evitar “o diz que me diz que” da corte.
O rei ainda tenta promover outro casamento do infante, que se nega. E a coisa começa a ficar feia quando começam a ter filhos, mas o que ninguém sabia é que eles haviam casado em segredo!
O rei levado por boatos que o filho ilegítimo do infante ia assumir o poder assassinando o filho legítimo, o que faz? Manda decapitar D. Inês em 1355 quando se encontrava em Coimbra. Para quê? Afastar a “influência maligna” que ela representava junto com sua família 🙁
Quando D. Pedro I chegou ao trono (não é o D. Pedro do Brasil, é anterior), legalizou seu casamento secreto e legitimou seus filhos. Fora a vingança que empreendeu pelo assassinato de sua amada.
As Tumbas
Também mandou construir os túmulos incríveis que estão na Igreja de Alcobaça. Desde o século 18 os túmulos sem encontram um na frente do outro, para que D. Pedro e D. Inés “possam olhar-se nos olhos quando despertarem no dia do juízo final”.
Inês de castro aparece em “Os Lusíadas” de Luíz Vaz de Camões.
Os relevos do túmulo mostram cenas da vida e morte de Cristo, em analogia com a que foi a sua vida.
No túmulo de D. Pedro I os relevos contam a história do santo protetor do rei, São Bartolomeu. Observe a “Roda da Vida”, um símbolo da própria história do rei e de seu amor por Inês de Castro.
Na parte de cima do mosteiro, um elemento multimídia explica em detalhes todos os relevos dos túmulos.
Infante é o filho do rei e o primeiro na sucessão ao trono. Mas muitas vezes, usavam este título para todos os filhos legítimos do monarca. Chega um momento que deixam de chamar o herdeiro desta forma e passam a usar o título de princípe. Na Espanha, ainda hoje os filhos do rei se conhecem como infante e infanta.
A Sacristia Manuelina: nosso segredo
Quando eu visitei, eles apenas abriam a sacristia em determinados horários. Custa 2€, mas vale cada centavo!
Na verdade são diferentes salas, mas aquela que você vai babar e a mais diferentona de todas é a Capela das Relíquias ou Relicário.
Imagine uma sala muito alta com uma abertura na parte superior e inteiramente forrada com madeira e argila pintada do teto até a “janela”. É uma capela barroca e como o nome diz, guarda relíquias. Parte ou objetos de santos. E olha que o lugar tem muitas, são 71 bustos-relicários!
Guia do Mosteiro de Alcobaça
A construção do mosteiro levou 25 anos, realizada entre 1178 e 1223. Você acede a ele pela Sala dos Reis.
Da Sala dos Reis para o Claustro do Silêncio, o maior do gótico português.
O claustro distribui os espaços do mosteiro. São 4 corredores por onde transitam os monges e no qual normalmente no centro se encontra um jardim.
Observe os capiteis das colunas decorados com formas de vegetais e de animais. Esse tipo de decoração era comum na Idade Média.
Procure nas pedras as marcas dos mestres canteiros. Eles talhavam as pedras para construção e costumavam assiná-las com símbolos.
Mosteiro de Alcobaça: o refeitório
Na frente do refeitório dos monges se encontra o lavabo. Uma pia de pedra onde corria água e eles lavavam as mãos e também era o local onde cortavam o cabelo.
O refeitório era enorme e na sua entrada se lê em latim: “Considerai que comeis os pecados do povo”. Prá lembrar que deviam ao menos entre eles, evitar o pecado da gula.
Eles comiam em silêncio e apenas podiam se comunicar através de um código de sinais, imagina?!
Mosteiro de Alcobaça – A Cozinha
Ao lado do refeitório ficava a cozinha. O que você verá é a chamada Cozinha Nova do século 18. Eles reformaram e revestiram o espaço com azulejos, o que era caro prá caramba na época.
A chaminé impressiona e até aquele momento só outros 2 lugares tinham chaminés como essa, o Convento de Tomar o Palácio Nacional de Sintra.
Mosteiro de Alcobaça – o Parlatório e a Sala do Capítulo
Era o único lugar do mosteiro onde os monges podiam falar, você aguentaria viver assim?!
Do lado ficava a Sala do Capítulo, onde acontecia a eleição do abade e a vida administrativo do mosteiro.
Na entrada passará por cima de uma lápide de um abade. Enterraram o pobre aqui como castigo, para que todo mundo pissasse em cima dele, pela vida pouco exemplar que tinha levado. O que será que ele fez?
Mosteiro de Alcobaça – Horários e Preços
O mosteiro abre todos os dias, de outubro a março das 9:00 às 18:00, sendo que a última entrada acontece às 17:30 horas. De abril a setembro das 9:00 às 19:00 horas, coma última entrada às 18:30 horas.
Permanece fechado apenas no seguintes dias: 1/janeiro, Domingo de Páscoa, 1/maio, 20/Agosto e 25/dezembro.
A entrada do mosteiro custa 6€. Maiores de 65 anos pagam 50%, bem como estudantes. Menores de 12 anos não pagam.
Também oferecem um bilhete de família, para 2 adultos com 2 crianças menores de 18 anos com 50% de desconto.
Se for visitar na mesma viagem ao Mosteiro de Batalha e o Convento de Tomar vale a pena comprar o “Bilhete Patrimônio Mundial” que custa 15€ e vale por 7 dias.
Para entrar na sacristia se paga 2€.
Site oficial do Mosteiro de Alcobaça: http://www.mosteiroalcobaca.gov.pt/pt/index.php
A Rua da Poetisa
A parte histórica da cidade é uma graça. Caminhe até a Rua Virginia Vitorino esquina com Rua Frei Fortunato, para encontrar a casa da poetisa mais lida em Portugal e no Brasil no século 20.
Virginia Vilanova de Souza Vitorino nasceu em Alcobaça e viveu nessa casa com seus pais até a adolescência.
Além de professora do Conservatório Nacional, também foi pioneira do “Teatro Radiofônico” na Rádio Nacional, usando o pseudônimo de Maria João do Vale.
Mirante da cidade e do Mosteiro de Alcobaça
Suba até o castelo, parte do caminho é numa estrada de terra. Alguns dizem que foi construído por visigodos outros por muculmanos, mas o certo é que teria sido levantado no século 7.
Atualmente não sobrou muito para ver nesse local que também foi residência de abades e prisão, mas você devia subir para ter a melhor vista da cidade e de quebra conseguir ver o mosteiro inteirinho. É uma vista de drone 😉
Jardim do Amor
No lugar onde o Rio Baça desagua no Alcoa se encontra este pequeno jardim, que tem lenda própria.
Viviam na região um casal de namorados apaixonadíssimo, era a Baça e o Alcoa. O jovem de uma hora para outra se tornou ambicioso e abandonou a Baça. Ela chorou tanto, mais tanto, que se converteu em uma ribeira. Quando o Alcoa ficou sabendo, também chorou horrores e se transformou em rio. E nesse ponto de confluência (dentro do jardim) eles se reencontraram e a Baça perdoou o Alcoa, desaguando do lado esquerdo, do lado do seu coração.
O jardim abriga obras de arte como dois grandes tronos que simbolizam o amor de Inês e Pedro, que resistiu à morte. Foram realizados por Thierry Ferreira e Renato Silva. O coração de aço simboliza o slogan do lugar: ”Alcobaça: dê lugar ao amor”.
Também no jardim, você pode colocar seu kit de amor em algum dos cofres do jardim. O kit do amor é vendido nas lojas locais, achei mais legal que o lance do cadeado que está bastante massificado 😉
Passear de noite pela cidade e amanhecer por lá
Dormindo por lá, além de conseguir uma acomodação por um ótimo custo x benefício, verá o Mosteiro iluminado, jantará num lugar delícia, que já vou te contar e se tiver sorte amanhecerá com uma neblina que vai deixar tudo ainda mais dramático e poético!
Onde comer em Alcobaça
Pastelaria Alcôa
A Alcôa é uma das grandes pastelarias de Portugal e nasceu aqui em Alcobaça, no ano de 1957. Seus produtos estrela são os doces conventuais, já ganharam um montão de prêmios.
O doce mais vendido é a cornucópia, mas tem doce para diferentes paladares. A loja fica na frente do mosteiro e os preços são ótimos. Eles abrem todos os dias, das 8:00 às 19:30 horas.
Agora também tem Alcôa em Lisboa, no Gourmet Experience do El Corte Inglés e no Chiado, na Rua Garrett, 37.
Site oficial: https://www.pastelaria-alcoa.com
Restaurante António Padeiro
O restaurante tem mesas fora na esplanada, mas acho que comer no interior do que parece a sala de uma casa forma parte da experiência.
O local abriu em 1938 como uma tasca, mas o que se respira em seu interior é o ambiente de uma casa dos anos 50 com seus televisores antigos, pedaços de manchetes de jornais enquadrados, cristaleiras com fotografias. Dá para ficar horas descobrindo cada detalhe. Fui sozinha para jantar, a única parte que não curto durante as viagens que faço sozinha, mas o ambiente era tão aconchegante que alarguei a refeição o máximo que pude.
Eles servem uma tábua de entradas que parecia maravilhosa, mas só fotografei porque era muito comida para não compartilhar. Os pratos mais famosos da casa são o frango e a perdiz na púcara, mas eu não sou muito de aves e optei pelo polvo assado com batata doce, recomendo!
O carrinho de sobremesas enche os olhos, mas não sou do doce, ainda mais depois de comer inteiro o prato de polvo e beber meia garrafa de vinho. Mas tirei uma foto para vocês e uma amiga tinha me recomendado provar o fidalgo. Uma espécie de trouxinha bem fininhas recheada com açucar e gemas e com uma crosta de caramelo por cima.
Gastei 22,40€: cesta de pão (2€); prato de polvo (15€); 1/2 garrafa de vinho Cerejeiras e apenas escolhi uns patês de entrada (1,50€).
Abre todos os dias, das 12:00 às 15:30 e das 19:00 às 22:00 horas.
Site oficial: http://www.antoniopadeiro.com
Para reservar: +351 262 582 295
Estacionamento em Alcobaça
No centro histórico é necessário pagar para estacionar na rua. O parquímetro custava no ano passado, 1 hora = 0,40€ e 2 horas = 1 €. O tempo máximo que poderá deixar o carro numa mesma vaga é de 2 horas.
Onde ficar em Alcobaça
Se chegar de ônibus, vai estar do lado mais moderno da cidade. Mas sinceramente, me hospedaria junto ao setor histórico. É mais charmoso. Estava com uma mala média e fui caminhando até meu hotel, localizado na frente do Mosteiro de Alcobaça.
Meu hotel em Alcobaça: Santa Maria
Hotel 3 estrelas com uma das melhores localizações da cidade, na frente do Mosteiro de Alcobaça.
Alguns quartos precisam de uma renovação, mas viajando sozinha e sem alugar carro foi uma excelente aposta. O café da manhã é servido num salão com vistas para o mosteiro. Paguei pelo quarto com café-da-manhã, 38€.
Para saber mais opiniões e reservar, clique aqui.
Outras opções
Para quem estiver de carro, vale a pena dar uma olhada na Casa da Padeira, que fica a 4,8 km de Alcobaça e pode ser uma ótima opção para conhecer todo o centro de Portugal. Diárias de quartos duplos com café-da-manhã a 60€.
Para saber mais e reservar, clique aqui.
A 7 km do mosteiro e numa localização linda, o 4 estrelas – Vale d´Azenha Hotel Rural & Residences. Seria a minha escolha para conhecer a região com carro alugado. Quarto duplo com café da manhã a partir de 85€. Olha a piscina desse lugar!
Para saber mais e reservar, clique aqui.
E com muito charme junto ao mosteiro, mas com uma subidinha pela frente caso esteja sem carro alugado, optaria por um táxi para mover-se até a rodoviária: o Challet Fonte Nova. Com quartos duplos com café-da-manhã a partir de 101€.
Para saber mais e reservar, clique aqui.
Como chegar em Alcobaça sem alugar carro
Desde Lisboa
Os ônibus da Rede Expressos saem de Estaçâo de Autocarros de Sete Rios, interligada com a parada do metrô: Jardim Zoológico e fazem o trajeto entre Lisboa e Alcobaça em 1 hora e 50 mionutos / 2 horas. Cada trajeto custa 11,40€.
Desde Fátima
Eu viajei desde Fátima, o ônibus parou primeiro em Batalha, depois em Alcobaça e sua parada final era Nazaré.
A Rede Expresso também faz esse trajeto com uma parada em Leiria e demora pacas, 2 horas e 15 minutos. Por isso resolvi usar a Rodotejo, que disponibilizava mais horários e fazia o trajeto em 1 hora.
Passeios desde Alcobaça
Dá para fazer desde Alcobaça, o roteiro clássico dos Patrimônios da Humanidade do centro de Portugal: Batalha, a 23 km; Tomar a 73 Km. Dá para visitar Tomar e na volta parar em Batalha.
Outro bate-e-volta clássico é Nazaré, que eu fiz de transporte público. Várias companhias fazem o trajeto em 20 minutos, a Rodotejo, a Rodoviária do Oeste e a Rodoviária do Lis.
Em breve publicarei o Guia de Nazaré.
Outro passeio ótimo desde Alcobaça é visitar o Mosteiro de Santa Maria de Coz, mas é necessário carro para chegar até lá ou um táxi. Está a 10 km do mosteiro. No século 16 foi um dos mais ricos mosteiros femininos da Ordem de Cister.
As visitas são gratuitas e a recepção dos visitantes é na antiga adega do mosteiro. Aberto de terça-feira a sábado das 09:30 às 12:30 e das 14:00 às 18:00 horas.
Planeje sua viagem para Portugal AQUI
Veja todos nossos posts de PORTUGAL
Busque e reserve seu hotel em: LISBOA | PORTO | AVEIRO | SINTRA | ALGARVE | COIMBRA | BATALHA | FÁTIMA. Assim você conseguirá ótimos preços, poderá cancelar sem taxas sua reserva (excepto em alguns casos quando se tratam de promoções!) e ainda ajudará a manter atualizado este blog. Obrigada
Lembre que o seguro de viagem é obrigatório para entrar na maioria dos países europeus. Fora que, qualquer problema lá fora pode te custar uma fortuna! A gente facilita as coisas, nosso parceiro Real Seguros, orça teu pedido em diferentes seguradoras e encontra a melhor prá você, seja por critério preço ou cobertura, para acessar clique aqui.
Prove abaixo …