Museum Week – a semana das catedrais do século 21

Esta semana a Internet tem uma hastag fantástica (#MuseumWeek), que comemora aqueles lugares que nos unem como seres humanos, tanto que esta gente incrivelmente desumana intitulada jihadistas os destroem porque conhecem sua força.

Imaginem que quando se formaram os estados nacionais a primeira coisa que os novos governantes fizeram foi construir museus, e você pode estar se perguntando o por quê? Simplesmente porque estas instituições davam legitimidade a estes novos governos, além de ajudar na formação dos cidadãos.
“Tan importantes resultaban los museos nacionales en la misma construcción de un país, que los que carecían de ellos por herencia monárquica llegaron a sentir la necesidad de crearlos, partiendo de grandes colecciones y aportaciones económicas de otros orígenes, como las de los hombres de negocios norteamericanos Andrew W. Mellon y Samuel H. Kress, entre otros, que pusieron las bases de la National
Gallery de Washington ya en el año 1937”([Fontbona, 2008]: 33)*.

Pensem no poder da memória coletiva, desta história construída em todas suas vertentes, que durante a Guerra Fria a arte foi utilizada como propaganda. Não de forma explícita, mas Estados Unidos utilizou a geração de Pollock como uma de suas “armas” contra a expansão do comunismo, apoiando os artistas através da CIA, que levou o expressionismo abstrato para museus de todo o mundo.

Na luta entre Estados Unidos x União Soviética, ambos países queriam demonstrar através das viagens espaciais, de novas tecnologias e da arte, quem era o melhor, que ideologia era a melhor para o mundo.

Num mundo como o nosso em que muita gente não acredita em nada, ou que acredita demais em ideologias extremistas, muitos autores afirmam que os museus são as novas catedrais, para onde as pessoas se dirigem para evadir-se, para tentar compreender o que não tem pé nem cabeça, tal qual faziam na Idade Média, quando entrar numa gigantesca catedral era ser conduzido a outro mundo pela luz violeta dos vitrais, para um mundo grandioso repleto de respostas.

Quando nossos governos fecham os museus para reformas eternas como o Ipiranga em Sampa; ou por falta de verbas por várias semanas o Museu Paranaense em Curitiba, temos que ficar muito preocupados, porque estão tentando tirar parte do que somos, e sabe-se lá com qual intenção, mas com certeza boa não deve ser, né?! Enquanto alguns destroem, outros fecham as portas, e no final quem paga o pato, somos nós, cidadãos do planeta que vamos perdendo estes espelhos onde miramos para redobrar nossa fé e seguir adiante.

Meus livros de ARTE

* Fontbona, F. (2008). Las colecciones reales: Arte coronado. Descubrir el arte, 111, 30/56.

fotos: turomaquia