Inhotim: um caso de amor à primeira vista
Você não ouviu falar no Inhotim?
Ricardo Freire no twitter definiu o espaço como “parque temático cabeça”. Estas palavras ficaram na minha mente durante toda a viagem de volta. Deixando de lado purismos absurdos e lembrando de Umberto e sua hiperrealidade cotidiana, acho que o Ricardo tem toda razão.
Tanto no Inhotim como nos parques, as sensações estão à flor da pele. E por aí seguem as coincidências. Na fila de “cada atração”, a paisagem do entorno prepara para a emoção de entrar na obra e chegar a formar parte dela. Como nos parques, existem as obras mais disputadas, e também não faltam funcionários que estão sempre prontos a te ajudar com um sorriso nos lábios.
Passando pelo portão, um mar de palmeiras conduz a um mundo “mágico”. Munidos de um mapa vamos de encontro às obras que nos farão pensar na vida, na morte, no outro e em nós mesmos.
Nesta reflexão também há espaço para os prazeres mais simples da vida, como comer um cachorro quente numa lanchonete incrustrada no bosque, desfrutar de uma omelete em um deck de escândalo ou simplesmente sentar em um banco de tronco de árvore e observar quem passa, como numa cidade de interior. Afinal Inhotim está em Brumadinho, a 65 Km da capital mineira. A esta distância, já recuperamos o luxo de simplesmente ver o tempo passar num entorno onde a arte encontrou com a natureza ou a natureza encontrou com a arte, o que importa? Afinal a ordem não altera o produto! Graças a Deus!
Só que neste parque temático da arte contemporânea, o visitante tem um plus. A boa arte impõe mudanças, e duvido que o visitante saia ileso da experiência. No Inhotim é impossível não ficar de boca aberta com os jardins, chorar (ou quase) com algumas obras, rir com outras, pensar na imensidão do lugar, no bom que é ser bem tratado, e no final das contas sair alterado pela experiência. Tomando emprestado aquele samba:
“Quem não se apaixona pelo Inhotim,
bom sujeito não é.
É ruim da cabeça,
Ou doente do pé!”
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fotos: turomaquia_2010
