Entre Jesus e o diabo: a volta de Santo Amaro
São às 3:50 da manhã. Sem nada no estômago, entramos na toyota até Santo Amaro. Já está praticamente lotada. Isso significa que muita gente levantou antes de nós. Na parte da frente, fechada, vão umas 5 pessoas, e atrás somos onze. Quando chega no Rio Alegre, pega um caminho mais longo, vamos buscar outra pessoa e claro temos que voltar pelo mesmo rio, um pouco de tensão no ar. Ainda está escuro, e cruzar pelas estradas de areia parece ser uma aventura ainda maior do que na ida. De repente, o dono da toyota liga o som, e começamos a ouvir: “Bota fogo no altar, bota fogo no diabo, …”, esta música e outras com Jesus prá cá, e Jesus prá lá, acompanharam boa parte da viagem de Santo Amaro a Sangue. O mesmo CD ou fita tocada uma e outra vez, era como forçar uma evangelização. Penso em pular para fora, mas não há escapatória, só areia, mato, poças ocasionais. Tenho que seguir entre Jesus e o diabo que está queimando no altar.
Cumprida a evangelização, ufa, por fim chegamos a Sangue. Mal descemos, um senhor se aproxima e nos oferece o transporte até Barreirinhas a R$ 10,00 por pessoa no seu táxi. Dou uma olhada, é um táxi da cooperativa de Barreirinhas, não é algo ilegal que não tem seguro e pega gente ao Deus dará (ui, a evangelização tocou forte). Pegamos nossas coisas, e embarcamos num pesadelo. Dentro do táxi, já estão duas garotas, o Tom vai na frente e eu atrás com estas meninas que não tem nenhuma reação, sequer se movem.
Levamos longos 30 minutos para chegar à Barreirinhas. Longos, porque como em qualquer pesadelo, não via a hora de despertar. O taxista passava dos 120 Km por hora em uma estrada com pista simples, e suas freiadas eram super bruscas. Sou cardíaca, prolapso da válvula mitral e quase enfartei. O pior foi passar pela polícia rodoviária, o tipo acenou ao policial e ato contínuo ultrapassou o carro da frente em faixa contínua, como se nada estivesse passando! Odeio esta conivência policial!
Nem olhei para a cara do famigerado taxista quando desci, coloquei o $ na sua mão e tentei parar de tremer. A logística nos Lençois Maranhenses é bem complicada, é como passar pelo purgatório para ter a entrada liberada no paraíso. O dia deixou algumas lições: reservar antes a toyota da própria Cisne Branco para voltar a Sangue, e tomar cuidado com os táxis. Generalizar é horrível, certamente a maioria dos taxistas de Barreirinhas são mais conscientes que este senhor diabólico, mas antes de embarcar em qualquer viagem, melhor fixar as regras do jogo, e pedir se dá para manerar na velocidade, afinal você é o cliente!
E entre Jesus e o diabo, chegamos à Barreirinhas. Cidade que serve de portão de entrada para a maioria dos turistas que chegam aos Lençois Maranhenses.
Na blogosfera:
Veja o relato da Marília no Viaje na Viagem, que foi ao Lençois Maranhenses através da agência Ecodunas –
http://www.viajenaviagem.com/2009/09/marilia-m-dos-lencois-maranhenses-a-jeri/
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