Visitar ou não tal museu?! That´s the question! (ou uma maneira de se divertir durante a visita)
Museu ou não, tenha em mente que não existem visitas obrigatórias. Ninguém pode ser obrigado ir a um lugar durante suas férias. No trabalho, na escola, em família, existem “acontecimentos obrigatórios”, mas nas férias?! É verdade que existem pessoas que estão à espreita na chegada, apenas para dizer, “ah, você não foi ao Louvre?!” (com aquela cara de espanto), para ditar sentença: “Então você não conheceu Paris”. Entrar em um museu por este motivo é como fazer algo que você detesta só porque alguém apostou que você não faria. Em poucas palavras: perda de tempo, e sejamos sinceros: um pouco estúpido!
Infelizmente o museu anda muito escolarizado. A maioria das pessoas lembram daquelas visitas chatas em que um guia te inundava de dados, e a professora de quinhentas tarefas. Resultado, não sobrava tempo para apreciar e se divertir. Além do que, antes de entrar, o tal guia enumerava um milhão de coisas que não estavam permitidas, que somadas às advertências da professora, dava a impressão que se entrava em um laboratório de manipulação de material tóxico. Portanto, era melhor até respirar menos.
Esqueça todos estes traumas. Limpe, na medida do possível, tuas referências museísticas. Entre no teu próximo museu de peito aberto! Prá começar nada de imposições. Caso seja um museu gigantesco, vá à loja, dê uma folheada no guia ilustrado e veja o nome dos pintores que mais te chamam atenção. Anote num pedacinho de papel, vá ao serviço de informações do museu, e peça que o atendente te localize no mapa onde estão expostas as obras deste pintores. Vá ao seu encontro, e passe sua primeira meia hora com elas. Veja a reação das demais pessoas diante delas. Tente guardar na memória:
– cada linha,
– as mudança de cor,
– tuas sensações (sejam boas ou ruins!),
– o ritmo das figuras,
– por onde “entram” teus olhos e a forma que eles vão atravessando a tela ou navegando pela escultura ou objeto.
Como você vai descobrir a forma da pincelada do artista, se apenas passa o olho pelo quadro e sai correndo para a próxima sala?!
Ou descobrir todos os detalhes de uma escultura sem dar a volta ao seu redor!?
Depois desta primeira “encarada”, olhe a etiqueta, para reflexionar:
-quando a obra foi criada, como era o mundo naquela época,
– se você daria o mesmo nome,
– quantos anos tinha o artista no momento da criação,
– se você conhece a técnica ou o material que ele utilizou.
Depois deste encontro, vá à cafeteria. Converse sobre o que você viu, é muito mais legal do que falar do assunto óbvio do clima. Nada de tomar um café rapidinho. Depois é chegado o momento de se deixar surpreender, passe mais meia hora ou quarenta e cinco minutos passeando pelo museu. PASSEANDO, como você faz num parque, mas com o up-grade de ter toda aquela beleza ao teu redor. Apenas pare diante daquelas obras que te chamem atenção. Anote o nome da obra e do artista. Informação você pode conseguir na tua casa, mas ter este tete-a-tete vai saber quando?!
Na saída, compre algo na loja do museu. Nem que seja o cartão-postal da tua obra favorita. Em casa, sentado na tua cadeira predileta, pesquise sobre o artista ou a obra. Pode estar certo, que na próxima visita você se sentirá mais confortável e verá que entender de arte é apenas uma questão de tempo, e de olhar sem prejuízos detenidamente, dando chance para que a obra te leve a “mares nunca dante navegados”!
Ainda hoje, ir a um museu não significa só olhar as obras expostas, é muito mais que isso … E em breve, de visitante iniciante a visitante avançado de museu!
fotos: turomaquia_2010 (Realizadas no Museu do Louvre, D`Orsay e Orangerie).