Guias de Viagem e Arte

 
 
jun 05 2009

Velejando em Estocolmo

Viagem longa + viajante sozinho = inevitável mudança de planos

Quando você viaja sozinho, é muito simples refazer o roteiro. Não tem que discutir com ninguém. É você e você mesmo. É uma delícia. Eu amo viajar acompanhada, mas também é legal uma vez na vida ter esta sensação de freedom total. Até parece que estou escutando a música do George Michael, lembra?

Quando você passa por um perrengue, ou ao menos pelo primeiro, leva um tempo para se aclimatar e voltar a sentir este espírito de tranquilidade. Resolvi pegar um trem para Estocolmo. Tinha literalmente desmaiado na casa da Helena. Mas moralmente estava um pouco afetada. Por isso meu corpo doía e me sentia exausta.

“(…) a estação central de Estocolmo é gigantesca, peguei o ônibus n. 65 na frente da estação e parei em frente ao albergue: Af Chapman”.


Este veleiro-albergue foi construído em 1888 na Inglaterra. Seu primeiro nome foi “Dunboyne”. Realizou diversas voltas ao redor do mundo, passando pelos famosos Cabo Horn e Cabo da Boa Esperança. Depois da Segunda Guerra foi comprado pela cidade de Estocolmo, e desde 1949 é albergue, incrível não?!

Como viajei em baixa temporada não tive problema em conseguir uma vaga. “Estou no quarto 14 com outras 3 garotas. (…) Paseei por Skeppsholmen, umas das ilhas que formam Estocolmo. Nesta ilha vi uma praça para reacreação infantil muito engraçada, o Museu de Arquitetura e tive uma boa visão da cidade”.

Na volta ao barco estava na proa observando aos turistas que não estavam hospedados mas passavam pelo barco para tirar fotos. Comecei a conversar com um italiano. Quando lhe disse que era brasileira, no mesmo instante ele tentou tascar-me um beijo. Nem pensou! Eu lhe afastei e ele parecia não entender, porque em seu cérebro preconceituoso brasileira era sinônimo de (…)!

Na real, fique desconcertada, primeiro aquele louco me seguindo em Copenhague e agora este imbecil tentando me beijar na boca, dio santo! Entrei no barco, e “que delícia dormir em uma cama e tomar banho”. Neste tipo de viagem, você aprende a valorar as coisas simples da vida (risos) e descobre que tua mãe e teu pais são dois santos por fazer teu café-da-manhã, aguentar teu mal-humor, etc., etc.

Durante o banho outra experiência nova. Eu ali no banheiro do albergue tentando descobrir como se ligava o chuveiro. De repente me encosto na parede numa espécie de botão e começa a sair água. Hoje tudo é meio normal, mas naquela época eu nunca tinha escutado falar deste tipo de mecanismos. Feliz no maior ensaboamento e de repente nada mais de água!? O mecanismo desligava automaticamente a cada 2/3 minutos e era preciso apertar novamente.

Moraleja: Em algumas situações, principalmente viajando sozinha, cuidado com os preconceitos relacionados com o fato de ser brasileira. Tem cabeça oca no mundo inteiro.

Momentazo: Primeira noite em um veleiro. E aprender a se virar sozinha, realmente não tem preço!

Esclarecimento: o que coloquei entre aspas são trechos que estou extraindo do meu diário de bordo. Primeiro achei isto coisa de louca, mas acho que uma forma de realmente mostrar coisas que vi e senti sem melhorar ou dissimular com palavras que são escritas agora por alguém bastante mais madurinho (risos)!

Você já teve problemas em alguma viagem quando disse que era brasileira ou brasileiro?
Acha que lá fora ainda somos vistos apenas como uma mistura de samba, carnaval e futebol?

Na próxima semana, nova mudança de planos …

Informação prática
Quer provar o veleiro-albergue em Estocolmo? Entre no site: Svenska Turistforeningen
Encontrará em inglês várias informações e também a tabela de preços. Além do veleiro, você pode ficar no edifício anexo, também histórico! A localização não podia ser melhor.

Para ver e reservar outros hotéis em Estocolmo, clique aqui.

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Fotos: archivo_turomaquia_1995