Um dia redondo em Atins
O dia começou preguiçoso. Entre uma tapioca recheada com queijo e presunto e uma frutinha. Atrasamos um pouco a saída. Conhecemos o Edu, o integrante que faltava ao nosso pequeno grupo de jornada. Éramos 5: duas brasileiras expatriadas, eu e Manuela; dois espanhóis, Tom e Edu; e uma russa, Ksenia. Em uma toyota só para nós, partimos com o Silas em direção à praia para começar a aventura daquele dia.
Deixando o povoado para trás, já começamos a ver as dunas, seguidas de um terrenos meio alagados, onde pastavam as vacas. Logo a seguir, uma faixa de areia com poucas casas, entre elas o Restaurante que mais tarde voltariamos, o do seu Antonio. Depois destas casas, estava o marzão, o nosso conhecido Atlântico.
A Toyota ficou em frente à casa do Seu Antônio, e nós fomos caminhando em direção às dunas. Uma caminhada de uma hora e meia até o Poço das Pedras. Aquela profusão de imagens de dunas e lagoas não cansava, poderia vê-las por mais dias. Cada uma com sua cor – azul, verde, tons diferentes e algumas com belas surpresas – peixes, flores …
Na metade do caminho, passamos por um óasis. Muita vegetação que resiste ao assédio constante da areia. Um pequeno povoado repleto de palmeiras. Passado o povoado, caminhamos por labaredas com pequenas árvores carregadas de folhas dos dois lados. Como um galeria verde.
Depois de um tempo, o verde dá lugar a descampados de areia com um espelho d´água cristalina. Este lugar era diferente de tudo que tinha visto até agora no parque. Isto já intuia, mas de repente o que tinha à minha frente? Um poço de 10 metros de diâmetro, com água daquela cor das publicidades do mar do Caribe. Uma visão? Como aquelas causadas nos viajantes que cruzam os desertos? Por felicidade, a mais pura realidade! E não parou por aí, daquele poço saía um espelho d´água que convidava ao relax. Era só deitar de barriga para cima, e deixar que aquela água fresquinha te levasse a um estado de espírito mais do que zen. Senhores, estávamos no Poço das Pedras.
Não conseguíamos sair daquele lugar, permanecemos quase duas horas. Éramos os donos do nosso tempo, e nossa cumplicidade foi total. Nada de stress e de sair correndo atrás do guia, que por sinal era um solícito Silas. Mas ele disse que ainda havia mais por fazer, e que não íriamos nos arrepender. Levantamos e vencidos fomos caminhando. Mais surpresas?! No primeiro trecho, as lagoas eram mais distantes umas das outras, e a sensação de estar em um deserto aumentava. As cores eram mais densas, tons mais fortes de verde e azul.
Chegamos à lagoa do próximo descanso, já bem pertinho dos terrenos alagados que íamos voltar a cruzar para almoçar, e com direito a novo prazer inesperado. Naquela lagoa viviam flores aquáticas. Suas raizes estavam presas na areia e seus caules eram fínissimos. Os botões estavam na superfície. Era lindo, mágico, poético …
Deixamos a conversa com ocasionais silêncios rolar por uma hora e algo. A fome nos lembrou que íamos provar os famosos camarões dos Atins. Hora de colocar a roupa, vencer a grande duna, atravessar os alagados e receber o sorriso de boas-vindas do Seu Antônio. Mas esta é uma outra história …
Informação prática: será dada na segunda parte desta crônica.
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Fotos: turomaquia_2009