Guias de Viagem e Arte

 
 
out 05 2011

Excursão desde Puno – a comunidade que vive nuns grandes colchões d´água!

Tarde da noite, levanto sem ar. Uma sensação que minha cabeça vai explodir, é o bendito mal de altura. Puno está a 3800 metros, uns 300 a mais que Cusco, e mais de 1.000 que Machu Picchu!

Cedinho saía o tour pelo Lago Titicaca. Sentia como se tivesse acordado do avesso. Eu, a louca do café-da-manhã, comi pouco. O mal de altura assusta, e comer muito só dá mais força para o bicho. O dia amanheceu cinza e não digo mais.
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Um pequeno ônibus leva nosso grupo até o porto de onde saem os barcos para o tour. A primeira parada, a uns 30 minutos de barco de Puno. A comunidade dos Uros. Que vive em cima de uma planta, constrói com a tal da planta e até esquenta a comida com a dita cuja. A planta milagrosa: a totora. Uma planta aquática que os UROS tiram do próprio lago. Atualmente vivem nestas ilhas flutuantes, mas quando chegaram os espanhóis eles viviam em balsas de totora (na foto se vè a totora, esta planta verde).
Puno - Peru

Há uma espécie de rodízio entre as ilhas, assim todas acabam recebendo turistas. A agência que te leva paga uma taxa, o que eu acho mais que justo. Sair do barco e pisar “terra pouco firme” é uma sensação estranha. As ilhas são como grandes colchões d´água. Sentamos em meio círculo e eles nos contam como constroem sua “cidade”. Juntam a raiz de várias totoras, com cordas, e depois ancoram para que não se movam no fundo do lago. Brincam que se existem brigas entre os moradores de uma mesma ilha, o que fazem é cortá-la ao meio. Piadas a parte, é uma construção frágil e que necessita sempre de manutenção.
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Depois nos dividem em grupos, e cada família nos recebe em sua casa. Uma habitação onde eu não posso ficar de pé. Meu grupo de 4 mulheres senta-se e o jovem casal começa a nos explicar sua rotina. Em mente, me vem uma regra antropológica, onde você nasce te define e te limita. Diante de mim uma jovem de 21 anos e com 4 filhos. É feliz: provavelmente. Mas tudo me remói por dentro, e sabendo que serei turisticamente incorreta, tenho muita vontade de sair logo daquela casa. Entre minha claustrofobia, as verdades do mundo e o cheiro de umidade, estou bastante agoniada.

Chega o momento de vender o artesanato que eles produzem, tanto os homens como as mulheres. Depois, duas maneiras de ir até outra ilha onde funciona uma lanchonete e um verdadeiro mercadinho. Com o nosso barco normal e corrente ou com o super barco de totora, que eles chamam de Mercedes –Benz. Custava uns 3 soles, e claro que todo mundo quis ir de Mercedes, porque nem o mal de altura deixa a gente tão ruim da cabeça para trocar um mercedes por um fusca!
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Info prática: realizei este tour com a empresa: Kollasuyo Tours.

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fotos: turomaquia_2011