Guias de Viagem e Arte

 
 
out 20 2016

O desenvolvimento de um estilo pessoal na arte – El Greco

Até o mais talentoso dos artistas necessita estudar, ver mundo e passar horas em su estúdio. A arte não é uma inspiração louca que acontece, e nem desce como um espírito sobre o artista.

Tanto que Picasso dizia que passava tantas horas pintando, aproximadamente 8 por dia, para que a inspiração lhe pegasse trabalhando! A arte é mais transpiração do que outra coisa. São horas e horas de trabalho.

O estilo próprio que identifica um artista é fruto desta entrega e esforço. El Greco não nasceu pintando da maneira pela qual ficou conhecido. No começo, seus mestres e o que via foram modelaram pouco a pouco sua forma de fazer arte. Seu estilo é um reflexo desta aprendizagem.

É legal perceber esta evolução analisando um tema, que ele pintou 3 vezes em 3 momentos diferentes de sua vida e em 3 cidades diferentes: “A Purificação do Templo”.

A primeira tela é de 1570, foi pintada em Veneza enquanto estudava e trabalhava com Tiziano. Os pintores venezianos eram conhecidos pela utilização da cor, que era mais importante que o desenho em si. Adoravam um vermelho, adoravam a exuberância.
Venecia - - El Greco

sA segunda tela é de 1571 e foi pintada durante sua estância em Roma. Para os romanos a linha era mais importante, a modelagem das figuras. Neste quadro ele detalha e ilumina mais a parte da arquitetura. Depois de visitar as ruínas romanas era de se esperar!
Roma_1571 - El Greco

A terceira tela é de 1610, já em Toledo. Aqui já vemos El Greco em estado puro. As figuras voltam a ter protagonismo, e são estilizadas. Alonga a anatomia para obter um efeito mais dramático. Mas veja que o vermelho veneziano lhe acompanhou, existem influências que marcam. É como preparar uma vitamina, juntamos o leite e as frutas e ao final alcançamos um sabor, que já não é de banana ou morango, e sim algo novo!
Toledo_1610 - El Greco

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