Guias de Viagem e Arte

 
 
jun 12 2009

De trem da Suécia para a Alemanha

A princípio minha idéia era chegar até a Finlândia, já que o Eurailpass cobria a travessia de barco. Mas depois das primeiras aventuras vividas em Copenhague e Estocolmo resolvi que era melhor descer ao sul. O ônibus n° 65 que sai do albergue de Estocolmo me deixou na Central Station.

“Peguei um trem inter-city, que é um super trem, com vagão especial para crianças com uma espécie de mini-parque. Também se veem ganchos para pendurar roupas e uma parte de cada vagão está climatizada.

Na estação conheci a um sueco que falava português e conhecia Curitiba!

Tive uma impressão meio estranha, que na Escandinávia todo mundo bebe cerveja e fuma! (…) já no trem, às 19:40 é hora de fazer outra vez a travessia de Helsingborg para Helsingor, ou seja, de Estocolmo para Copenhague. O ferry é ainda mais bonito que o do outro dia.


Aproximando-se da estação do ferry, o trem entrava no ferry


Uma postal do ferry

No trem comecei a conversar com uma jovem tailandesa, a Lek, e com uma senhora dinamarquesa, que durante o percurso nos mostrou a casa onde a família real se alojava quando ia de caça. Eu e a Lek vamos pegar o mesmo trem em Copenhague. Quando chegamos lá, a senhora se despediu de nós bastante emocionada.

Tivemos que correr para pegar o trem, pois chegamos às 21:00 e o próximo partia às 21:05. Ainda bem que estou acompanhada pois na nossa cabine entrou um rapaz que fala francês, um tanto quanto estranho.

O passaporte brasileiro é bem visto por aqui. Os controladores até sorriem para mim quando veem que sou brasileira.

Um outro rapaz entrou na nossa cabine, um americano da Georgia que trabalha para Ralph Lauren.

Eu desci com a Lek em Bremen às 04:00 da matina, com sua ajuda fiz duas ligações para o Brasil. Tipos estranhos e meio malucos estavam na estação, que não é tão bonita como as da Escandinávia. O pessoal vem para a estação se drogar e dormir. Ninguém mexe com você, mas eles tem um aspecto tão sinistro e vez ou outra um treme até dizer chega. Eu era virgem destas coisas, e me impressionei bastante.

Às 05:45 peguei um trem para Colônia e a Lek foi para a Holanda. Abraços na despedida, e outra vez alone.

A ida até Colônia foi entre cochilar e acordar, já faz um dia que não durmo. Cheguei à Colônia às 08:50, e era apenas uma conexão, mas quando sai e dei de cara com a catedral, fiquei uma hora a mais do previsto. Deus, é linda demais, chorei quando entrei e um coro enorme começou a cantar em latim. A catedral é gigantesca e impressionante, e os vitrais e os arcos em ogiva me deixaram enlouquecida! Estou sem palavras. De repente chega um grupo de turistas, nunca vi tanta máquina fotográfica e de filmar juntas”.


Estação de Trens de Colônia


Uma das torres da Catedral

Deixo cair minha máquina reflex no chão, eu era fotógrafa de casamentos e tinha levado uma das câmaras gordinhas, e quando caiu, foi um estrondo e umas partes para lá e outras para cá, todos me olharam, que vergonha. Ainda não se falava em máquina digital, então para ver se não tinha quebrado a câmera tive que revelar um dos rolos de filme … a digital mudou a vida do viajante!


Colônia

“Embarquei para Sttugart e depois outro trem para Munique. Na chegada fui ao escritório de informações para ver como chegava ao albergue. O cansaço de mais de 24 horas sem pregar o olho, e a mochila nas costas fizeram com que me desse por rendida, não conseguia achar o local onde se vendiam os bilhetes de metrô. Além de tudo eu fedia, resolvi dar um presente para mim mesma, abri o frommers e fui para um hotel: Haberstock. Genial, o preço era mais barato do que aparecia na guia.

O quarto 72 ficava numa espécie de sotão, tinha pia e era muito limpo. Fui ao corredor e não encontrei o banheiro. Liguei à recepção e o senhor me pediu que descesse. Ele me deu uma chave no quarto andar, quando abro a porta dou de cara com um banheiro enorme e lindíssimo, grata surpresa!

Sai pela cidade, comi e voltei para o hotel porque chovia. Aproveitei e dei uma cochilada, quando acordei me sentia muito sozinha, desci para a recepção. Conversei muito tempo com um senhor bem velhinho que estava na recepção, Nicolas, e tomamos juntos um delicioso chá de menta”.

Moraleja: Viajar sozinho é aprender a conviver consigo mesmo, e abrir os olhos para tanta gente que passa a nossa volta, que num dia normal sequer diríamos oi, mas que podem nos reconfortar e dar a mão quando bate aquela solidão “que você jura por Deus que não merecia” (Oswaldo Montenegro).

Momentazo: A Catedral de Colônia, que está entre as minhas top 10, e olha que ocupa os primeiros lugares.

Qual é a tua catedral ou igreja favorita?

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Velejando em Estocolmo

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Fotos: archivo_turomaquia_1995
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Postado por Patricia de Camargo | Marcadores: