Guias de Viagem e Arte

 
 
fev 09 2010

Um roteiro a pé por Lisboa – Alfama e muito fado

Naquele fim de tarde, depois de deixar muito contra a vontade o Convento do Carmo, necessitava um café para voltar à Estação Terra. A Nicola foi a escolhida. Estivemos sentados um pouco mais de meia hora falando sobre como o dia havia sido maravilhoso entre as salas do Gulbenkian, o bitoque da Pastelaria Azul e sob o teto de estrelas do Convento do Carmo. Com tanta adrenalina no corpo, decidimos que era noite de fado.

Lisboa - Natal 2009/2010

Subimos para o Alfama, bairro que é sinônimo de fado. As ruas estavam todas decoradas de Natal. E diante de tanta lindura nem sentimos a pequena caminhada até a imponente Catedral da Sé. Com ela surge o panorama cartão-postal: de repente aparece o eléctrico 28 descendo e passando bem em frente à catedral. Dois símbolos da cidade, unidos por breves segundos. Como os eléctricos 28 passam a cada 10 minutos, estivemos esperando que outro passasse e outra vez aparecesse aquele cartão-postal dinâmico na nossa frente.

Catderal da Sé

Catedral da Sé

Subimos pela Catedral da Sé, adentrando no bairro, nas suas pequenas ruelas, até encontrar o Clube de Fado. Era impossível para aquele dia e os dois subsequentes, tudo lotado. Nada de desânimo, caminhamos um pouquinho mais e encontramos o Restaurante – Bar S. Miguel D´Alfama. Um senhor simpático nos deixou conhecer o espaço, pequeno, mas acolhedor. Não cobravam nada pelo fado, mas era necessário jantar. Não tinhamos um pingo de fome. O senhor nos convida a voltar depois das 22:00 horas. Neste horário a maioria das casas de fado permitem que as pessoas entrem e fiquem no balcão. Ainda era oito da noite!

Alfama - Lisboa
Alfama

Continuamos subindo, passamos por várias casas de fado vadio, no qual todos podem cantar (claro, quando tenham as mínimas condições!), inclusive na Tasca do Chico, visitada pelo Riq Freire. Até que encontramos a Mesa de Frades. Também era necessário jantar para conseguir mesa. Olhamos o cardápio, os preços não eram nada absurdos, e fizemos uma reserva para a noite seguinte. Naquela noite, também já estava lotado.

Com o fado garantido, mas ainda sem a mínima vontade de dar por encerrado o dia, continuamos subindo até alcançar a igreja que Fernando Pessoa considerava a mais bonita de Lisboa – a Igreja de São Vicente de Fora. Toda branca e iluminada pela lua quase cheia. A placa mostrava que o Castelo São Jorge estava perto, mas desanimados por outra subidinha, optamos pela fácil descida. Passando pelo Miradouro de Santa Luzia e outra vez pela Catedral da Sé.

Igreja São Vicente de Fora

A fome fazia o corpo pensar em uma pastelaria, vamos conhecer “A Brasileira”. Impossível, muita gente. Até o pobre Fernando Pessoa não deixou de trabalhar, posando de foto em foto. “Vamos passar naquela pequena na Rua Augusta?” Esta decisão revelou a enésima e última surpresa do dia, a Cafetaria S. Nicolau. Fim de noite e de um dia redondinho, redondinho!

Café A Brasileira

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FotoGaleria: Convento do Carmo
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fotos: turomaquia_2009