Guias de Viagem e Arte

 
 
fev 26 2018

Roteiro Patagônia – Parte Argentina e Chilena#2

Esta é a segunda parte deste roteiro. Para ler a primeira parte, clique aqui.

Roteiro Patagônia: de carro de El Calafate para El Chaltén

Dia 15 novamente amanheceu com chuva, mas era dia de alugar o carro e seguir para El Chaltén, que fica a 212 km de El Calafate.

Aluguei o carro pela internet na empresa Dubrovnik, custou 550 dólares um carro econômico com 1.500 km (se passasse dessa quilometragem, pagava-se alguns centavos a mais por quilômetro) e carta verde para cruzar a Torres del Paine.

Peguei umas empanadas no Doña Mecha e segui para El Chaltén. Como dirijo devagar (80, 90 km por hora) por medo do vento da Patagônia, levei 2 horas e 40 minutos até lá, mas a estrada é VAZIA e em ótimas condições.

Passei no centro de informações que fica na entrada da cidade, lá eles têm mapa, informação de todas as trilhas. Algumas trilhas começam ali mesmo, como a dos Miradores de los Condores e de las Aguilas, Laguna Toro e Lomo del Pliegue Tumbado.

Já eram quase 15 horas, estava chovendo e ventando um pouco, segui então para a Hosteria Los Nires, onde ficaria por 1 noite. Excelente lugar, super aconchegante, café da manhã fantástico e ótima localização. A única coisa é que a internet não pegava no quarto. A diária de quarto duplo lá custou 54 doláres.

Roteiro Patagônia: Trilha Laguna de Los Três

Dia 16 tomei um cafezão na Hosteria, passei para deixar a mala no La Guanaca, onde fiquei por 2 noites por 110 dólares. O hostel é excelente, quarto aconchegante, café simples, mas muito gostoso e localização fantástica, pois ficava a algumas quadras de onde começa a Trilha Laguna de Los Três.

Para fazer essa trilha NÃO PODE ESTAR VENTANDO, pois a última parte fica perigosa nessa condição. Um dos guias do centro de visitantes tinha dito que aquele dia era o ideal para fazê-la, então pesquisei sobre ela.

Aqui a grande dica para esta trilha: existem 2 caminhos, um com menos subida e outro que passa por mais lugares, mas como mais subida. Decidi ir pelo mais fácil, até porque a tendência era ser mais vazio e acho que acertei, a maioria das pessoas vai pelo fácil e volta pelo difícil, mas como estava de carro fui e voltei pelo mesmo.

Roteiro Patagônia - Malu Torres

Agora vou explicar como funciona: a trilha fácil se inicia na Hosteria El Pilar. Vários hostels oferecem transfer até lá pelo valor de 200 pesos e daí as pessoas voltam pelo caminho passando pelo Mirante da Laguna Capri ou pelo Mirante do Fitz Roy, cuja trilha acaba praticamente na cidade.

Roteiro Patagônia - Malu Torres

No caminho de ida pela Hosteria El Pilar, passa-se pelo Mirante do Glaciar Piedras Blancas que é lindo e vale a pena, neste caminho há pouca subida e caminha-se a maior parte do tempo dentro de um bosque. No dia que fui estava caindo chuva congelada uma grande parte do caminho.

Achei a trilha tranquila, apenas a última parte que é beeeem pesada, subida muuuito íngreme e ainda quando cheguei lá em cima tinha muita neve, mas muita mesmo…só digo que vale muito a pena, a vista é SENSACIONAL!
Roteiro Patagônia - Malu Torres
Roteiro Patagônia - Malu Torres
Roteiro Patagônia - Malu Torres
Roteiro Patagônia - Malu Torres
Na volta da trilha encontrei um senhor de Israel que estava fazendo uma road trip pela América do Sul e me pediu carona. No caminho recomendou uma parada na cachoeira Chorrillo del Salto que fica na beira da estrada, ele tinha ido lá no dia anterior caminhado desde a cidade, pois são apenas 3 km.
Roteiro Patagônia - Malu Torres

Roteiro Patagônia: Preparando-se para a parte chilena

Dia 17 o tempo amanheceu chuvoso e com vento, além disso não queria forçar muito os joelhos, pois ainda iria fazer a trilha até a Base das Torres do Torres del Paine, então fiquei no hostel curtindo a folga. Fui caminhar pela pequena cidade e almocei no Restaurante Ahonikenk. Comi a milanesa que tinha visto indicação no site do mochileiros. Como era domingo o preço era um pouco diferente, não achei nada de excepcional. É grande, serve 2 pessoas (esqueci de tirar foto).

Dia 18 o tempo amanheceu sem chuva e era dia de voltar para El Calafate para fazer compras e se preparar para ir a Torres del Paine. Como não estava ventando tanto resolvi subir nos mirantes de los Condores e de las Aguilas. Pra ir neles a primeira subida mais íngreme é a mesma, então lá em cima há uma bifurcação e você escolhe para qual vai.

O dos Condores é bem pertinho, 10 minutos desde a bifurcação. Já para o das Aguilas, dessa bifurcação até lá, pela placa, são 30 minutos, mas não tem subida. Na volta tinha muito vento, ficava difícil até caminhar. Mas por outro lado isso limpou o céu e finalmente pude ver o majestoso Fitz Roy!
Roteiro Patagônia - Malu Torres
Roteiro Patagônia - Malu Torres
Roteiro Patagônia - Malu Torres
Roteiro Patagônia - Malu Torres
Após 2:30 de viagem, cheguei em Calafate e fiz algumas compras para ir a Torres del Paine, pois eu iria ficar no refúgio e lá não tinha absolutamente nada pelo que havia me informado. Como já sabia que muita coisa não passa na fronteira, levei para o café da manhã nescafé e bolo industrializado, para o lanche na trilha, salgadinhos e torradinhas industrializados e para a janta miojo.

Roteiro Patagônia: de El Chaltén para Torres del Paine ou da parte argentina à chilena

Dia 19 saí às 7 horas de Calafate e decidi não pegar o atalho até Torres del Paine, pois fiquei com medo de 2 coisas: ficar sem combustível e um pneu ou mais furados na estrada de ripio. Assim fui até La Esperanza que fica a 164 km de Calafate, lá enchi o tanque (10 litros) e ainda coloquei mais 6,5 num galão de água que eu tinha no carro.

O posto de Taipe Aike que fica a 120 km de La Esperanza e que é último posto para abastecer estava fechado, mas como ando a 80, 90 km por hora acabo gastando pouco combustível.

Pouco antes de chegar ao controle de fronteira argentino, improvisei um funil e coloquei os 6 litros de gasolina do galão, o que encheu o tanque. Para sair da Argentina é simples, mas para entrar no Chile eles revistam o carro e pedem pra abrir as malas pra dar uma olhadinha. É tranquilo se você não estiver levando frutas, queijo, entre outras coisas que estão na lista de proibição deles.

Ah, um detalhe quando se entra no Chile, é que até o parque é praticamente tudo asfalto, então é super tranquilo de chegar.

Entrei pela Portaria Laguna Amarga, lá tem que parar e pagar a taxa que até dezembro era de 21.000 mil pesos chilenos (aproximadamente 150 reais) e o ticket é válido para entrar/ficar 3 dias no parque. Como eu queria fazer a trilha até a Base das Torres, que são 18 km ida e volta e demora aproximadamente 8 horas de caminhada, decidi ficar no Refúgio Torre Norte administrado pela empresa Fantástico Sur.

Esse refúgio fica dentro da área do parque a 7 km da Portaria Laguna Amarga e pertinho do início da trilha Base das Torres. São vários quartos cada um com 3 beliches, banheiros compartilhados, sem internet (custa 10 dólares acesso por 8 horas), NÃO TEM COZINHA e custa MUITO CARO (90 dólares por noite sem nenhuma refeição) para aquilo que oferece. Realmente a unica vantagem é estar perto do começo da trilha.

Não gostei do refúgio e digo o motivo: eu li no site que tinha lugar pra cozinhar, mas isso é apenas para aqueles que levam fogareiro, ou seja, eu não tinha nada pra fazer meus miojinhos. Por sorte achei uma caneca grande de vidro em uma mesa largada e foi com ela que consegui fazer minha comida nas 2 noites que fiquei lá.

Enfim, depois de entrar no parque segui de carro pela estrada de dentro do parque até o Salto Grande, parei em um estacionamento que leva a uma caminhada de uns 5 minutos. Lá se pode admirar o Salto e onde começa uma trilha de 1 hora até o Mirador de Los Cuernos.
Roteiro Patagônia - Malu Torres
Roteiro Patagônia - Malu Torres
Roteiro Patagônia - Malu Torres

Roteiro Patagônia: Trilha incrível no Chile

Dia 20, depois de uma noite de muita chuva e vento, chegou o dia de encarar a Trilha Base das Torres, é LINDÍSSIMA, mas é beeem mais difícil que a Laguna de Los Três, pois tem subida na ida e na volta!
Roteiro Patagônia - Malu Torres
Roteiro Patagônia - Malu Torres
Roteiro Patagônia - Malu Torres
Roteiro Patagônia - Malu Torres

Roteiro Patagônia: hora de voltar para a Argentina

Dia 21 era dia de voltar para a Argentina, então levantei cedo e comecei a voltar. Resolvi voltar pelo asfalto fazendo o mesmo caminho da vinda e parando para a abastecer em La Esperanza. Fiquei ainda mais 2 noites por 90 dólares em Calafate no Bla Guesthouse. Muito legal o hostel, pertinho do centro (3 quadras), cozinha equipada e ótimo café da manhã. Em Calafate encerrei essa viagem que foi cheia de lindas paisagens e trekkings inesqueciveis.

Roteiro Patagônia: Dicas

1. Tem que ficar atento ao imposto de 21% sobre o preço das hospedagens para pagamento em dinheiro. Na realidade, a maioria dos hostels, se conversado na hora do pagamento, não cobra. Dessa viagem, os únicos que cobraram foram o Hotel Omega, em Buenos Aires, e o Bla Guesthouse, em Calafate.

2. Comprei tudo pela Ves Patagonia e paguei um pouco via paypal, principalmente porque era alta temporada e fiquei com medo de não ter vaga nos passeios, mas pagando direto lá em dinheiro tem desconto. Ah, a Ves só tem escritório NO AEROPORTO que fica a 17 km de distância do centro.

3. Ao ir ao mercado La Anonima em Calafate tem que tomar cuidado, pois apesar de ter uma das melhores cotações de dólar, não aceitam dólares que estejam com algum rabisco, rasgo ou mancha, portanto, SÓ DÓLAR NOVO!

4. Nesse viagem, pela instabilidade do tempo, é de extrema importância levar roupas impermeáveis. Em todas as trilhas fui com uma calça impermeável por cima de uma calça térmica, ambas compradas na Decathlon e em cima é ideal se vestir em camadas também. Eu usava camiseta de dry-fit, polar e jaqueta impermeável. Luvas e toucas são essenciais.

Roteiro Patagônia: Planeje sua viagem

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