Guias de Viagem e Arte

 
 
maio 29 2009

Primeiro perrengue do Mochilão Europa

Cheguei em Bruxelas, dia 3 de maio, exatamente às 17:00 horas. Passei sem dor pela imigração, mas tive que mostrar meu Eurailpass. Validei o dito cujo na Gare Centrale, pensei que ia perder o trem para Copenhague, mas não é que inesperadamente consegui pegar o trem correto, sorte de principiante!

Minha primeira impressão é que as casas que iam passando diante dos meus olhos pareciam casas de bonecas, tudo era tão diferente. Em Liége as casas eram todas de tijolinho à vista. Às 20:57 já estou na Alemanha, isto de passar por tantos países em tão pouco tempo é novo para mim, e será a tônica desta viagem!

Passo por Koln (Colônia), Dusserdorlf, Hamburg e faço minhas primeiras amizades no trem, um senhor alemão de Dresden e uma japonesa, a Hiroko.

O problema de cruzar fronteiras durante a noite, e que a cada momento te despertam para mostrar o bilhete e carimbar o passaporte, primeiro na Alemanha e depois na Dinamarca.

Pela manhã, estamos em Copenhague. Primeira despedida – Hiroko, e primeira troca de money, na verdade hoje com o euro a vida viajante é bem mais simples! Troquei U$ 25,00, e deixei minha mochila no locker. Não ia dormir em Copenhague, somente passar o dia.

Comecei meu passeio pela Prefeitura, Royal Theatre, Nyhavn, Palacio de Christianborg. Primeiro pensamento relacionado com alguém do Brasil: “meu amigo Mario ia ficar louco por aqui, as loiras são espetaculares”. Continuo passeando, outra impressão, “isto aqui é uma loucura, em todo lugar tem uma bicicleta, ou melhor, várias. Outra coisa, em cada canto uma pessoa tomando sol”.

Primerio museu legal da viagem – National Museum, e o melhor para um mochileiro em início de viagem, é grátis. Arte egípcia, grega, meu primerio contato com esculturas gregas, algumas da própria Acrópole …

Às 16:22 horas (meu diário é um pouco preciso, hehehehe) entro no parque de diversões mais antigo da Europa – o Tivoli. Meus pés estão me matando, e me sinto meio fora do real, foi muita informação para um dia só! Dentro do Tivoli muitas apresentações artísticas, em uma destas soa: “… chorando estará ao lembrar deste amor, que uma cansou de te amar …”, de outro lado um teatro de pantomina, mas já estou cansada, resolvo ir para a estação de trens, às 23:15 sai meu trem para Oslo, mas esta decisão vai desencadear a verdadeira a aventura melodramática do dia!

Comprei uma comida meia boca e comecei a ser seguida por um homem horrível. Onde eu parava, ele parava. Foram momentos de medo, fui até o posto da polícia dentro da estação. Mas para meu espanto, a polícia nem tchum para mim, disse que aqui não era o Brasil, que estas coisas não passavam por lá. Respirei fundo, e disse comigo mesma, agora é com você.


Fatídica estação, até tirei a cor da foto!

Sai super rápido do posto policial, peguei minha mochila, e com a mesma velocidade para a plataforma do que eu pensava era meu trem. Com o nervosismo peguei o trem errado, e acabei em Helsingor, subi até a estação e não havia mais trens, peguei um hidrofoil para Helsingborg. Na verdade quando vi que não haviam mais trens, comecei a chorar, porque estava cansada e muito nervosa, explodi, pôxa era o primeiro dia da minha sonhada viagem!!! Nisso se aproxima uma sueca, a Helena, contei o que havia passado, e ela me explicou que eu podia pegar esta espécie de ferry que cruzava da Dinamarca para a Suécia, nesta época ainda não tinha sido construída a ponte que hoje liga os dois países. Ela disse que talvez lá ainda houvesse algum trem. Quando cheguei por lá, super de madrugada, não havia nada de nada. E o pior, os hotéis perto da estação eram 4 ou 5 estrelas! A Helena me coloca num táxi, ela tinha sua bici na estação, dá o endereço da sua casa ao taxista e me deixa dormir na sua casa. Um anjo no meio do caminho! Muita gente depois me perguntou se eu não fiquei com medo de dormir na casa de uma estranha, naquele momento eu já nem pensava em nada, e também senti uma energia tão boa com ela que entreguei na mão de Deus. Pena que hoje não sobre muito espaço para atos desinteressados como este da Helena.

Moraleja (moral da história em español): Não dar bobeira nas estações de trem, nem chegar com muita antecedência. Vi alguns furtos nas estações de trem. Como em todo lugar de passagem, o pessoal se aproveita.

Momentazo (grande momento): o ser humano é a melhor coisa deste mundão!

E de Helsingborg para onde você acha que eu fui?

Qual foi o teu grande perrengue “viajeiro”?

Destaque post:
Viajando de mochila na Europa
Copenhague

Fotos: archivo_turomaquia_1995

Postado por Patricia de Camargo | Marcadores: