Guias de Viagem e Arte

 
 
nov 15 2009

Mochilando em Madri

24 de maio
Acordei antes que todo mundo, tomei um delicioso banho, e coloquei uma roupa diferente. Conheci  a Ana Beatriz, por sinal tirei ela do berço. É uma graça, fala palavras em português e outras em espanhol.

A Bete me deixou na Plaza de Castilla, onde eu peguei o metrô (muito fácil de utilizar com um plano) até a estação Banco de Espanha. Fui até o banco trocar U$ 50,00. Pela primeira vez precisei do passaporte para trocar dinheiro. Passei por diversos chafarizes (maravilhosos!) até encontrar o Museu do Prado. Desconto com a carteirinha de estudante e preço final: 200 pesetas.
Madrid

Pode fotografar, mas sem flash. Puxei o filme para 400 Asa. Comecei a ver o acervo às 10:30, como não estava entendendo diversas coisas, fui até uma das “librerías” e comprei o Guia del Prado completo, um super guia, em papel couchê com 1.000 ilustrações. Na lojinha tem tanta coisa que a gente acaba até meio louco, as pessoas que atendem são muito cordiais.
Museu del Prado
Museu del Prado

Quase uma da tarde, desci até a cafeteria, comi um croissant adocicado e um suco de abacaxi, num copo muito bonito (265 pesetas). Voltei à parte de cima, me deliciando com Goya, Velazquez (quando vi “As Meninas” fiquei muito emocionada, é uma obra gigantesca!). O Prado estava repleto de excursões, eram crianças, velhos, os temíveis adolescentes; guias falando em japonês, alemão, francês, espanhol …

A obra de Goya do fuzilamento também é muito grande, e tem uma força descomunal! Vi as delícias do Bosch (El Bosco, na Espanha) e outras obras dele. Outra obra com uma força incrível: “A Deposição”, de Weyden, fiz alguns detalhes fotográficos. O Prado tem muitas obras de Goya, o que é interessante para ver a evolução do artista. Na parte de cima vemos uma parte dos retratos, o fuzilamento, e na parte debaixo as pinturas negras, em uma sala especial o que aumenta ainda mais a dramaticidade dos quadros. Comprei uma série de slides destes quadros. Algumas molduras são uma história à parte, extremamente rebuscadas e interessantes.


O Guernica já não está no Prado, foi transferido para o Rainha Sofia. O Raul me contou que foram gastos milhões de pesetas na transferência, realizada em caixotes blindados e climatizados, todos acompanhados por montões de policiais.

Fiquei seis horas no Prado, mas para ver melhor a parte debaixo teria que ter ficado no mínimo mais 6! Sai do Prado e fui a Casa do Retiro, que a gente entra com o ingresso do Prado. Não se pode entrar com bolsas. Eu estava meio cansada mas gostei muito do que vi. E amei algumas molduras. Havia um grupo de senhoras tendo aula de arte em uma das salas do museu. (O ar da Espanha é seco, e algumas áreas são meio desérticas) Voltando ao museu, neste espaço conheci pintores interessantes e me apaixonei pelo quadro “Dolor”, de Eduardo Chicharro, e por uma escultura de uma soldado e uma mulher do Canova. A sala central com um pé direito gigantesco tinha o teto todo pintado, em suas paredes muitos quadros, e abaixo banquetas de veludo e ao centro uma escultura negra de cristo deitado. Sai deste museu, e fui ao Parque del Retiro, não aguentei andar muito!
Casón del Buen Retiro
Com a ampliação do Prado, as obras que estavam no Casón del Buen Retiro foram transferidas à nova ala do museu. Neste edifício foi instalado um Centro de Estudios.

Passei pela Paroquia S. Jerônimo del Real que estava sendo reformada. Dei mais uma andada pelos arredores, peguei o metrô até a Av. de América, corri atrás do ônibus 114 e o cordial motorista me indicou quando cheguei na Quinta dos Molinos. Cheguei por volta das 19:45, o Raul estava se preparando para uma reunião. A Bete fez um delicioso strognoff de frango e uma tortilla, que é um prato típico espanhol (uma omelete com batatas). Ficamos vendo fotos e filmes das viagens dos dois …

Informação prática: já não se pode realizar fotos no Museo del Prado.
fotos: archivo_turomaquia_1995