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maio 18 2016

Uma maravilha em branco e azul | Museu do Azulejo de Lisboa

O edifício do Museu Nacional do Azulejo

Nada menos que um convento fundado em 1509, o Convento de Clarissas da Madre de Deus. E se não bastasse a história do lugar, ainda se integra ao museu a capela e a primitiva igreja, que são grandes exemplos do barroco português, ou seja, tem uma coleção incrível, num edifício do comecinho do século 16 e ao espaço museográfico se incorporaram os próprios elementos do convento, pelo que se pode antecipar o Museu Nacional do Azulejo é daquelas experiências UAU do começo ao fim.
Museu Nacional do Azulejo - Lisboa

O que vou ver no Museu Nacional do Azulejo

O museu expõe 7 séculos de história, a trajetória começa com réplicas dos mosaicos vidrados (bisavós dos azulejos que conhecemos agora!) utilizados no século 14 e que podem ser vistos no Mosteiro de Alcobaça e termina com a contemporaneidade desta forte identidade cultural. É legal descobrir que os avós dos azulejos eram os alfardons, que eram utilizados como pavimentos e que vinham de Valencia, já que foi apenas no século 16 que os azulejos passam a ser utilizados para revestir paredes, utilizando as padronagens produzidas em Sevilha e Toledo.

Além de ver as peças, a gente descobre como se cortavam os azulejos para que tivessem o mesmo tamanho, e como se estampavam as figuras.
Museu Nacional do Azulejo - Lisboa

Retábulo Nossa Senhora da Vida

Este painel é lindo demais, pertenceu à Igreja de Santo André, que foi parcialmente destruída pelo terremoto de 1755. Atribuído a Marçal de Matos, é de 1580, conta com 1.498 azulejos e tem 5 metros de altura por 4,65 de largura, sendo considerado uma das obras-primas da azulejaria portuguesa. Eu tenho uma verdadeira obsessão por uma temática, a Anunciação, que é aquele momento em que a Virgem Maria recebe a visita do anjo que lhe avisa que está grávida, e olha só o que coroa este retábulo.

“Observando este painel é possível perceber um dos aspectos centrais da azulejaria portuguesa, a sua relação direta com o espaço de aplicação. A área vazia, no topo do painel, ao centro, correspondia a uma janela, cujo sentido simbólico era o de permitir a entrada da Luz, o caminho que a Pomba do Espírito Santo utilizou para chegar a Maria”, por Maria Antónia Pinto de Matos*

Museu Nacional do Azulejo - Lisboa

Padrões repetidos como na arte árabe no século 16

Observe que os azulejos portugueses vão assimilar símbolos e imagens das suas colônias de ultra-mar. Fiquei fascinada neste museu e no Museu de Arte Antiga com esta visão integradora dos artistas da época, por quê? Pense só, os caras não tinham nenhum meio de comunicação de massa (o jornal só apareceu em 1602 lá na Antuérpia!), este conhecimento do outro era bem mais difícil que agora, e mesmo assim não representou nenhum obstáculo, algo para pensar!

Igreja do Convento da Madre de Deus

Pode sentar, ficar boquiaberto, relaxar um pouco, para conseguir continuar o percurso. O barroco é isso que você vê aqui, teatralidade + exuberância + contrastes, ao que você deve somar no caso desta igreja um conjunto de azulejos produzidos na Holanda e que ampliam ainda mais o impacto do conjunto. A primeira reação é para onde eu olho?! O teto é todo trabalhado com talhas douradas e pinturas, que descem pelas laterais até os azulejos brancos e azuis.
Museu Nacional do Azulejo - Lisboa
Museu Nacional do Azulejo - Lisboa

2o. andar: Lição de Dança, realizado por Willem van der Kloet (Amsterdam) em 1707 para o Palácio da Rua dos Mouros

Não estudei muito o tema dos azulejos, mas parece que com o século 18 se fizeram “maiores de idade”, no sentido que não aparecem apenas as padronagens repetidas, mas painéis como este em que se trata um tema independente e que tem uma preocupação artística maior do que a simples decoração.
Museu Nacional do Azulejo - Lisboa

Senhora ao toucador, de 1700/1730

Quando não aparece uma data precisa, é porque não se sabe ao certo quando a peça foi criada ou porque em poucos casos, o autor começou numa data, deixou a peça de lado, e terminou vários anos depois. No caso desta obra, acreditam que seja o segundo caso, ou seja, que foi realizada entre 1700 e 1730.
Museu Nacional do Azulejo - Lisboa
Museu Nacional do Azulejo - Lisboa

Antecoro ou Capela de Santo António

Leva o nome da história que conta em suas 27 pinturas que são atribuídas a André Gonçalves (1692 – 1762), esta sala e a posterior formavam parte do antigo convento.
Museu do Azulejo de Lisboa

Coro Alto

De onde se tem uma bela vista da igreja que você visitou abaixo.
Museu Nacional do Azulejo - Lisboa
Museu do Azulejo de Lisboa

Obras do século 20 e exposições temporárias com obras atuais

Museu Nacional do Azulejo - Lisboa

3o. andar: Grande vista de Lisboa

É a jóia do museu, um painel enorme (1,15 por 22, 4 metros!) que mostra 14 quilômetros da costa de Lisboa antes do terremoto de 1755, já que a obra é de 1700. Junto aos azulejos, painéis vermelhos te ajudam a identificar cada uma das construções e/ou monumentos. E segundo Maria Antónia Pinto de Matos, estaria colocada (anteriormente) no Palácio dos Condes de Tentúgal logo acima do rodapé e daria a volta completa à sala, e a mesma autora comenta sobre o ponto de vista da obra:

“Esta era a perspectia de uma ave que sobrevoasse a cidade ou, numa leitura mais mística, o olhar de Deus, dotando o observador de uma visão de Lisboa ¨ao Divino¨”.

Museu do Azulejo de Lisboa

O Café-restaurante do Museu Nacional do Azulejo

Ótimo, eu não esperava que fosse tão bonito, acolhedor e relaxante. Vá sim ou sim, nem que seja para um cafezinho. E se o tempo estiver bom sente no pátio com sua fonte e um montão de verde. Normalmente os cafés dos museus são meio carinhos. O que não é a tônica por aqui, fora que o atendimento é bastante amável. Pedi pão, patê de sardinha (bom pacas!), uma ração de queijo fresco, a sopa do dia e uma frize de limão. E sabe quanto gastei? 6,80€. E tudo estava delicioso.
Museu Nacional do Azulejo - Lisboa
Museu Nacional do Azulejo - Lisboa

Como chegar ao Museu Nacional do Azulejo e de lá para o Oceanário

Está praticamente no meio do caminho entre a Praça do Comércio e o Parque das Nações, portanto bem fora do eixo turístico. Um táxi custará barato ou você pode pegar o ônibus 759 na Praça do Rossio, e descer na parada – Av. Infante D. Henrique (ponte Xabregas), a parada anterior a esta é a Av. Inf. D. Henrique (Tipografia). Dá prá pagar a passagem diretamente ao motorista (1,80€). Mas com o cartão do transporte público de Lisboa fica mais barata (1,40€). Da parada ao museu são 220 metros.
Museu Nacional do Azulejo - Lisboa
Museu Nacional do Azulejo - Lisboa
Para retornar ao Rossio, deve pegar o mesmo 759. Mas desta vez na própria Av.Infante Dom Henrique, a 350 metros do museu. Outra possibilidade é pegar o ônibus na mesma parada é ir até a Estação Oriente. Para visitar o Oceanário ou fazer umas comprinhas no Shopping Vasco da Gama.
Museu do Azulejo de Lisboa

Horários e preços do Museu Nacional do Azulejo

Abre de terça a domingo das 10:00 às 18:00 horas, sendo que a última entrada acontece às 17:30 horas. O bilhete normal custa 5€, mas também oferecem algumas entradas combinadas:
– Frente Ribeirinha: Museu Nacional do Azulejo + Museu Nacional de Arte Antiga + Panteão nacional = 15€
– Museu Nacional do Azulejo + Panteão Nacional = 7€

O preço da entrada inclui um audio-guia gratuito, o que só descobri na saída! O museu oferec um aplicativo gratuito para android, para descarregar clique em: https://play.google.com/store/apps/details?id=com.realizasom.mnazcv

O Museu Nacional do Azulejo com crianças

O site do museu disponibiliza material patra professores que você usar com seus filhos, sobrinhos, netos, etc 😉 Dá uma olhada neste material para crianças de 6 a 10 anos. É uma forma de que estejam mais ligados no que estão vendo. Mas é importante que você crie uma espécie de jogo. Uma possibilidade é que o adulto também responda e depois no café do museu comparem suas respostas: http://www.museudoazulejo.pt/Data/Documents/Caderno%20de%20Actividades%201.pdf

Site: http://www.museudoazulejo.pt

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