Guias de Viagem e Arte

 
 
jan 11 2010

Crônica de um voo frustrado Lisboa – Madrid

Quando se atravessa o controle de um aeroporto para a zona de embarque entramos em uma espécie de sub-mundo. Pouca ou quase nenhuma informação, tratamento bem diferente daquele que esboçam todas as publicidades das cias. aéreas.

Sequer sabemos de onde partimos. Excepto por alguma loja de souvenir podíamos estar em qualquer lugar do planeta ou quem sabe em Marte?! Mas o que faz a Harrod´s no Aeroporto de Lisboa?!

Entramos no espaço perfeito do “não lugar”. Sem identidade, sem cheiro, sem clima, e por isso quizás sem muita humanidade.

Já não temos direitos, de acordo com que escutei hoje, o único dever da cia. aérea é nos levar de um ponto a outro. A quem importa se esta chegada acontece 5 horas depois do previsto, o único consolo será ouvido dentro do avião: “Sentimos as moléstias causadas pelo atraso”.

As cias. aéreas são como senhores feudais. Dentro do seus domínios podem tudo! Nós, os vassalos, nada! Exagero?! então experimente chegar um pouco tarde alegando que outro senhor feudal atrasou, ou porque sua mãe foi internada …

Agora, ela a “senhora do universo” (como he-man) pode atrasar e apenas com uma voz modulada e sem graça desculpar pelas moléstias, sabendo que o vassalos voltarão, afinal o que fazer quando se vive cercado de água por todos os lados?!?

Harrods - Aeroporto de Lisboa

Voo Easy jet 7982 – Horário de saída – 13:35, previsão 17:10, saída real: quase seis da tarde!

 

Teoria do não-lugar (no place) – Marc Augé (1996)
fotos: turomaquia_2010