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fev 26 2010

Carteira de Motorista no Exterior – Acordo Brasil e Espanha

Oficialmente já posso dirigir por estas bandas. Tirei a carteira só agora? Nada disso. Tenho a carteira há quase duas décadas (risos). O que acontece é que os residentes estrangeiros não podem utilizar a carteira de motorista de seu país de origem. Devem passar novamente por todos os testes da Direção Geral de Trânsito (o Detran daqui) ou se tiverem sorte trocar sua carteira de motorista por uma espanhola.

Por que sorte? Porque é necessário que a Espanha e o seu país de origem assinem um acordo bilateral para intercâmbio de Carteiras de Motorista. Na real, não basta assinar e pronto, depois que assinam a implantação do processo pode levar até dois anos, como aconteceu no caso brasileiro. Em 2007, o Lula passou por aqui e assinou um acordo com o Zapatero. Através deste acordo, eu apenas teria que pagar umas taxas, fazer o exame médico, e pronto, trocava minha carteira pela espanhola. Quando a comunidade brasileira soube da notícia foi uma festa só!

Mas o brinde final ficou em stand-by por dois anos. Somente no final do ano passado é que realmente começaram a realizar o que aqui se chama “canje de permiso”.

O processo começa com ligar para a central da DGT, pedir uma hora através do site ou ir pessoalmente. Em algumas províncias, apenas se disponibiliza uma manera de pedir a tal da “cita previa”. Quando eu pedi no ano apssado, chamei por telefone porque o Brasil ainda não aparecia no site.

Quando cheguei no dia marcado, meu pedido havia sido rejeitado de plano. Talvez porque a pessoa que me atendeu por telefone entendeu meu nome errado ou porque as listas enviadas pelo Brasil estavam incompletas. Para mim, os porques eram indiferentes. Tive que pedir outro dia de atendimento. Desta vez resolvi pedir ali diretamente. A dica é alguns dias antes da data marcada, entrar no site da DGT e ver se teu procedimento foi “aceitado” ou “rejeitado”.

Em Las Palmas, as “citas” estão sendo dadas em média para 2 ou 3 meses da data da sua solicitação. Minha nova data era 22 de janeiro. Foi tudo muito tranquilo e rápido. Tive que levar duas fotos, a carteira de motorista brasileira (original e cópia), passaporte (original e cópia), NIE (Carteira de estrangeiro – original e cópia). Em Las Palmas você pode realizar o exame médico no mesmo dia, assim como pagar as devidas taxas.

Passei pelo balcão na minha hora marcada, e a senhora me indicou que deveria fazer o exame, pagar as taxas e retornar. Subi ao exame médico. Primeiro, exame de vista, depois uma espécie de psicotécnico com habilidade. A médica me fez umas perguntas e depois tive que manter dois paralelepípedos pretos dentro de duas faixas brancas por alguns minutos. É claro que as faixas e linhas se moviam (risos). E para terminar, outra médica mediu minha pressão e me perguntou sobre doenças crônicas. Tive que deixar uma foto e pagar 43€ .

Desci à DGT, paguei a taxa (26€) e voltei ao balcão. A senhora sempre muito simpática, entregou-me um documento branco e verde, e disse: Você já pode dirigir com este documento provisório. Sua carteira definitiva chegará em um prazo de três meses. Isto tudo em 25 minutos contados no relógio.

Parte da frente da carteira provisória, atras estavam meus dados. Devia andar sempre com um documento oficial com foto.No dia 4 de fevereiro chegou minha carteira definitiva, fiquei bem emocionada. Era um problema e uma burocracia a menos. A minha carteira brasileira ficou lá, quando vá ao Brasil utilizarei a espanhola, que é válida em razão do acordo. Somente devo trocá-la, ou seja, pegar a brasileira, se volto a residir na terrinha.

P.D.: Aqui a carteira vale por 10 anos!!! Tirar a carteira por aqui, pode custar de 800 a 3000 euros! Por isso valeu a pena esperar estes dois anos!
imagens: turomaquia_2010